A informação foi avançada pelo chefe de Departamento de Inspecção e Análise da Agência de Protecção de Dados, que diz que as origens dos ataques ainda são desconhecidas.
Em entrevista à margem da 3ª edição do CyberSecur Summit Angola, evento sobre Investigação Corporativa e Segurança Cibernética em Angola, realizado esta Quarta-feira, em Luanda, José Nkombo disse que as origens dos ataques ainda são desconhecidas, afirmando que alguns bancos, pela sua organização, deram volta a esta situação para não colocar em causa os sistemas.
“Os nomes dos bancos serão revelados no seu devido tempo, sendo que o processo está em fase de instrução”, informou.
O responsável apontou também que os números de ataques registados no país “são preocupantes”, porque muitas instituições públicas e privadas ainda encaram a questão da segurança como uma despesa e não como prioridade.
“No contexto actual, em que queremos digitalizar, principalmente os acervos das nossas instituições, requer que com essa digitalização exista uma consciencialização em termos de segurança da informação, que parte pela formação de pessoas até os próprios programas de consciencialização dos seus funcionários”, referiu.
Por sua vez, Analise Ferreira, responsável para Angola, Moçambique e Cabo Verde da Check Point – empresa que actua em divesos países na área de segurança para internet, também apontou que a banca é um dos [sectores] mais atacados, referindo que os taques rodam os 10%.
Para combater os ataques, Analise Ferreira apela o Estado angolano e às empresas a reforçarem as políticas de segurança, realizando workshop e dar a conhecer o que se passa neste sentido. “É importante começarmos a prevenir para evitar menor impacto e maior mitigação. O país precisa começar a criar mecanismos e as ferramentas adequadas para travar estes ataques”, acrescentou a responsável da Check Point, revelando que muitos ataques que acontecem em Angola não são divulgados.
Já o director-geral da Cybersecur, Hélio Pereira, adverte que se as empresas públicas e privadas continuarem a registar ataques cibernéticos, a imagem do país poderá estar comprometida o que pode inibir a entrada de empresários que pretendem investir em Angola. “A questão da cibersegurança é uma matéria que tem que ser pensada, estruturada e colocada nos novos riscos digitais”, reforçou.
Realizada pela Cybersecur, a 3ª edição do CyberSecur Summit Angola visa promover as melhores práticas de segurança de informação e cibersegurança, a fim de garantir a resiliência das organizações, partilhar conhecimento sobre perícia digital, segurança cibernética, bem como sobre os crimes informáticos à luz do novo código penal angolano.
LUSA