Deixar de estar endividado para se tornar um investidor é mais fácil do que parece, mas requer mudanças de hábito

O que significa enriquecer? Ganhar na loteria? Receber uma herança? Nada disso: para André Bona, educador financeiro e parceiro de conteúdo do BTG Pactual digital, enriquecer é simplesmente acumular dinheiro devagar, mês a mês. “Quando você adiciona algo a mais a um montante que já acumulou, está formando um patrimônio”, explica. Sem mágica e sem fortunas feitas do dia para a noite.

Para quem tem dívidas de todo tipo, como boletos em aberto, prestações atrasadas e ligações de cobrança diárias, o enriquecimento parece uma meta distante. Mas não precisa ser assim. Segundo o especialista, seguindo alguns passos simples, é possível reverter a situação em poucos meses. Para tanto, é necessário se comprometer com mudanças de hábito, a fim de transformar a relação com o dinheiro. Essa revolução interna pode ser realizada em seis passos.

1. Organize o seu orçamento doméstico
“Geralmente, o que deixa a família no vermelho é a desorganização financeira e a compra por impulso”, diz Bona. Mas não adianta preencher uma planilha de gastos e depois deixá-la num canto do computador. “É mais eficaz anotar todas as despesas que a pessoa tem no mês e só depois montar um planejamento baseado na realidade.” Ou seja, não dá certo fazer planos sem saber exatamente quanto se gasta com alimentação, transporte e lazer, por exemplo, por mês. “O processo de organização financeira vai evoluindo”, diz o educador financeiro. “No começo é mês a mês. Com o tempo, a pessoa já consegue fazer uma programação anual, prevendo datas importantes, como o Dia das Mães ou o aniversário dos filhos.”

2. Acabe com os parcelamentos
“Se você parcela roupas, supermercado e combustível, está usando um dinheiro que nem recebeu ainda e herdando, mês a mês, gastos anteriores.” As parcelas restringem o orçamento e limitam a capacidade de organização financeira. “Quem compra à vista tem mais liberdade, fluxo de dinheiro e passa a viver de maneira mais alinhada com a própria renda”, pontua Bona, que lembra: bastam alguns meses sem parcelar nenhuma compra para se livrar totalmente desse tipo de dívida.

3. Negocie empréstimos e financiamentos passados
“Juros são ótimos quando a gente poupa, mas perversos quando estamos devendo”, diz o especialista. Trocar uma dívida por outra que cobre taxas menores, fazer acordos ou mesmo adiantar parcelas são formas de eliminar as dívidas, por maiores que elas sejam. Desde que a pessoa, é claro, nunca mais faça empréstimos, por mais tentador que pareça.

4. Guarde pelo menos um pouquinho de dinheiro
“Toda pessoa deveria guardar um valor para emergências, equivalente a cerca de seis vezes sua renda mensal. Serve para gastos imediatos e não previstos.” Assim, problemas de saúde, acidentes de carro, viagens imprevistas ou reparos no imóvel não desregulam a vida financeira da família. “Quem está sempre devendo não sai de um círculo vicioso, em que qualquer imprevisto destrói o orçamento”, afirma Bona. Então, na medida em que as dívidas vão diminuindo, vale a pena juntar, nem que seja um valor pequeno por mês, para investir no futuro.

5. Adiante contas, principalmente aquelas que podem ser pagas com bons descontos
É o caso de academias, seguros e mensalidades escolares, por exemplo, que, geralmente, são pagas anualmente. “Quando você adianta contas, reduz a carga mensal. Ganha autonomia financeira e pode até mesmo colocar contas rotineiras, como água e luz, no débito automático com total segurança”, aconselha o educador financeiro.

6. Parabéns! Você deixou de ser um devedor e está em condições de se tornar investidor
“O ideal é que as contas do mês permitam guardar 20% do salário, mas 10% já é uma meta muito boa”, diz Bona. Se a cada mês a pessoa conseguir separar essa parcela, em pouco tempo já terá acumulado um patrimônio – estará enriquecendo, enfim. “Chegado esse momento, o futuro investidor pode contar com auxílio do banco BTG Pactual digital, que oferece todas as opções disponíveis para investimento, a partir de 30 reais, sem taxas e sem riscos.” De endividado a poupador e, finalmente, um investidor resguardando o futuro.

Revista Exame (Brasil)