A operadora de transportes colectivos SGO (Grupo Odilon Santos) vai despedir 315 dos seus 650 funcionários, decisão que surge após oito meses de salários em atrasos.
A informação foi avançada esta sexta-feira, 09, ao Novo Jornal Online, pelo coordenador da Comissão Sindical da SGO, Gaspar João António.
O sindicalista deu ainda a conhecer as diculdades que os funcionários da transportadora de passageiros têm enfrentado por causa da falta de pagamento dos ordenados, que já dura há 222 dias.
“Somos 650 funcionários e estamos há oito meses sem salários”, disse o responsável, acrescentando que a direcção da empresa responsabiliza o Estado pela situação, acusando-o de não pagar há vários meses a subvenção devida à SGO.
“Nós fazemos o nosso trabalho normalmente, mas estamos a viver mal, com muitas dificuldades, temos que recorrer os parentes para nos ajudarem em questões de alimentação”, contou o líder sindical.
Gaspar João António disse que na passada terça-feira, 06, durante uma reunião com a direcção da empresa, os trabalhadores foram informados que, por razões nanceiras, a SGO irá ainda este mês avançar para o despedimento de 315 trabalhadores, que já estavam afastados desde Setembro 2017.
Para além de reclamar o pagamento das subvenções estatais, a SGO alega ter uma frota muito reduzida para manter os trabalhadores, aponta Gaspar António.
“Perdi a gravidez em função da notícia“, conta uma funcionária dispensada. No entanto, quando em Setembro do ano passado 315 funcionários foram dispensados, não houve qualquer justicação, garantem os trabalhadores.
“Fui suspensa com outros colegas no dia 12 de Setembro 2017, mas não fomos esclarecidos dos motivos. Apenas diziam que a empresa iria diminuir pessoal”, relatou ao Novo Jornal Online Esperança Gaspar (na foto), funcionária há 9 anos.
“A triste notícia abalou-me muito. Como estava com seis meses de gestação, de gémeos do sexo masculino, quatro dias depois perdi a gravidez em função da notícia”, lamentou a jovem banhada de lagrimas.
“Até aqui não me disseram nada. Apenas axaram uma lista contendo os nomes dos suspensos incluindo o meu”, explicou.
Sobre o assunto, o Novo Jornal Online contactou a direcção da empresa SGO, que não aceitou prestar declarações.
De referir que, em Agosto do ano passado, a operadora de transportes de passageiros SGO encerrou os seus serviços interprovinciais, cando apenas com os serviços urbanos em Luanda. Vale salientar que os funcionários da SGO realizaram uma greve que teve início em Março e terminou em Julho de 2017, onde reivindicavam melhores condições de trabalho e o pagamento dos salários em atraso.