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Silêncio presidencial face à crise social eleva percepção de fragilidade económica

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O jornalista e activista cívico Rafael Marques exigiu que o Presidente da República, João Lourenço, preste esclarecimentos públicos sobre a crise de segurança e a paralisação quase total dos serviços públicos em Luanda, apontando falhas graves de governação económica e social.

A capital do País está paralisada. Lojas fechadas, serviços públicos encerrados, e nenhuma medida concreta para acalmar a população. O Executivo está ausente”, afirmou Rafael Marques em entrevista à agência Lusa, referindo-se aos recentes protestos e motins originados pela greve dos operadores de táxi e o aumento do custo de vida.

A greve, que ganhou contornos de revolta social, provocou pelo menos 22 mortes (incluindo um efectivo da Polícia Nacional), mais de 1.200 detenções e o isolamento de zonas centrais de Luanda, transformando as periferias em zonas de conflito.

Segundo o activista, a crise foi agravada pela eliminação dos subsídios aos combustíveis sem a adopção de políticas compensatórias. Marques acusa o Presidente de “tomar decisões irreflctidas”, sem garantir uma rede funcional de transportes públicos.

Nos últimos anos, gastou-se cerca de 800 milhões de dólares em autocarros, grande parte dos quais foi desviada para uso privado de membros do MPLA”, denunciou.

O jornalista considera ainda que a falta de diálogo entre o Governo e a sociedade civil alimenta o antagonismo popular. “João Lourenço governa com um coração de pedra, cercado de incompetência, e não presta contas ao País”, criticou.

Para Rafael Marques, o Executivo tem gerido os recursos do Estado como se fossem propriedade pessoal do Presidente, recorrendo frequentemente a contratos por ajuste directo sem transparência. “O problema não é apenas de segurança pública, mas de gestão económica e desgovernação”, sublinha.

Face ao cenário de instabilidade, o activista defende que “é urgente começar a pensar na transição pós-Lourenço”, alertando que a repressão pode ter efeitos contrários. “Se o Presidente tentar resolver esta crise com violência, pode acabar por provocar o efeito boomerang”, advertiu.

Marques conclui que a solução está na restauração do diálogo institucional e no fortalecimento das políticas públicas baseadas em transparência, prestação de contas e inclusão económica. “O MPLA não deve dialogar com movimentos inorgânicos, mas sim com a sociedade através das instituições republicanas.”

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