O Ministério da Fazenda e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negaram que o Brasil esteja à beira de levar um calote (não pagamento da dívida) da República da Angola.
Na última década, Angola foi o país africano número um da carteira de investimentos do Brasil no exterior.
Sinalizando confiança nos compromissos assumidos pelo governo angolano junto ao Brasil, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles assinou, na tarde desta segunda-feira, um” memorando de entendimento” para alavancar futuros empréstimos e linhas de crédito para investimentos em Angola.
O documento foi assinado durante uma reunião entre Henrique Meirelles com o ministro das Finanças, Archer Mangueira, que está de viagem pelo Brasil para se encontrar com diversas autoridades brasileiras. O encontro aconteceu no Ministério da Fazenda.
Archer Mangueira também aproveitou a vinda ao Brasil para se reunir com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.
O objectivo do encontro foi discutir contratos em vigor do banco brasileiro com a Angola. Em nota, o BNDES informou que a reunião também teve como objectivo “discutir a estruturação de novos financiamentos em máquinas e equipamentos brasileiros”.
Sobre a especulação de que Angola estaria prestes a dar um calote ao Brasil, o banco disse que a “Angola se mantém em dia com suas obrigações financeiras com o BNDES”.
O embaixador da Angola no Brasil, Nelson Cosme, disse que a reunião tratou das relações bilaterais entre Angola e Brasil, mas não quis dar detalhes da conversa sob o argumento de que as tratativas com o governo e as entidades brasileiras não haviam terminado.
Somente com a construtora Camargo Corrêa, o BNDES firmou oito operações de crédito, entre junho de 2007 e junho 2012, para investir na Angola – um montante de US$ 213.123 milhões.
A maioria dos contratos parcelou os empréstimos em 120 meses, a uma taxa de juros que variou entre 3,065% a 7,965% ao ano. Os aportes, no mesmo período, também foram feitos em construtoras como Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.
O GLOBO