O bom desempenho do sector de upstream permitiu à Sonangol regressar aos lucros em 2021, recuperando dos prejuízos do exercício económico anterior, ao registar um resultado líquido de 1,337 biliões Kz, equivalente a 2,4 mil milhões USD.
Para aumentar a influência desta que é por sinal a sua principal área de negócios nos lucros, a petrolífera pretende abandonar os negócios “non core”, que só têm dado prejuízos, e aumentar a sua quota de produção de petróleo em blocos por si operados, passando dos actuais 1,9% para pelo menos 10% em 2027.
Para o efeito deverá aumentar os investimentos na pesquisa e exploração e desenvolvimento dos blocos petrolíferos em que é operadora. Ainda assim, de acordo com cálculos do Expansão, os investimentos na pesquisa até estão a subir mas só valem 3% dos 855 mil milhões Kz gastos pela petrolífera em exploração e produção em 2021.
Especialistas ouvidos pelo Expansão explicam que só há três caminhos para a Sonangol aumentar a sua quota de produção em blocos operados para pelo menos 10% até 2027.
O primeiro e o principal caminho para o aumento da produção da Sonangol em blocos operados, segundo José Oliveira, passa por investimentos nos blocos em que a petrolífera é operadora.
“O aumento dos volumes de produção operada pela SONANGOL P&P vão resultar de investimentos nos blocos 3/05 e 4/05, onde tem campos já descobertos que planeia pôr em produção”, explica o colaborador do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola.
A segunda passa por descobrir petróleo nos dois blocos em exploração no País que se encontram em águas profundas (blocos 23 e 27). Graças ao “farm out” (venda de participação) está desbloqueada a pesquisa e exploração nestes blocos. Entretanto, por estes blocos se encontrarem em águas profundas a descoberta pode levar entre 5 a 10 anos, ou seja, o seu impacto só se vai sentir depois de 2027 e caso sejam feitas descobertas comerciais.