A Sonangol continua na liderança do ranking das maiores empresas do Sector Empresarial Público (SEP), representando 57 por cento do total do activo agregado em 2022, de 26,9 biliões de kwanzas.
O ranking considera os balanços de 71 empresas do sector público que prestaram contas no tempo determinado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
De acordo com os dados, os activos da Sonangol atingiram os 15,4 biliões de kwanzas, seguidos, de longe, pelos da Investpar – Investimentos e Participações (SU) e Banco de Poupança e Crédito(BPC) com 1,9 e 1,6 biliões de kwanzas, respectivamente.
A Empresa de Produção de Electricidade (Prodel) representa a quarta maior (1,1 biliões de kwanzas) e a Unitel (925,7 mil milhões de kwanzas).
Entre as dez maiores estão, ainda, os Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), Rede Nacional de Transporte (RNT), Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e a TAAG- Linhas Aéreas de Angola.
Mais participação
O desempenho das 71 empresas públicas foi considerado “não razoável” pela ministra das Finanças, Vera Daves, quando discursava, na última sexta-feira, na abertura da apresentação do “Relatório agregado do sector empresarial público”.
Na ocasião, Vera Daves reforçou a necessidade “inadiável” de o sector empresarial público contribuir mais para a economia, por considerar “não razoável que o activo agregado do sector corresponda a 51,4 por cento do Produto Interno Bruto nominal e, no entanto, o volume de negócios anual por si gerado corresponda a apenas a 16,9 por cento do indicador, o qual mede a riqueza produzida no país.
Anunciou que uma iminente reforma do sector empresarial público que coloca em evidência a necessidade de melhorar a autonomia financeira das empresas, eliminar as fontes permanentes de risco fiscal e criar os incentivos adequados para que as empresas sejam rentáveis e paguem dividendos ao accionista, ou seja ao Estado.
“Pretendemos, cada vez mais, abandonar a lógica dos subsídios e permanentes recapitalizações e racionalizar os recursos alocados às empresas do Sector Empresarial Público, num quadro de rigor, disciplina e parcimónia que, em geral, se impõem à execução da despesa pública”, disse.
A ENDE, BPC, Biocom, CFB e Televisão Pública de Angola (TPA) são as empresas que tiveram o pior resultado no ano económico de 2022. Juntas, elas somam 339,6 mil milhões de kwanzas em prejuízos para os cofres do Estado.
A transportadora aérea TAAG, a Empresa Gestora de Terrenos Infra-estruturados (EGTI), Empresa Provincial de Águas e Saneamento de Benguela (EPASB), Edipesca e Hidroportos também ficaram no vermelho, de acordo com os dados apresentados.
Segundo o levantamento, a ENDE, Biocom e a TPA, fazem ainda parte do top 5 das “empresas em falência técnica”, juntamente com o grupo Zahara e a Angola Telecom.
JA