Pouco mais de um mês após a administração de Isabel dos Santos na Sonangol ter sido exonerada, a filha do ex PR era acusada de transferências de milhões de euros da petrolífera nacional para investimentos privados da empresária.
Na mira de uma enxurrada de acusações, a gestora garantia que tudo não passava de uma “campanha de difamação”.
Seja, na altura, Isabel dos Santos desmentira. Todavia, ontem (28.02.18) em conferência de Imprensa, o PCA da Sonangol repos a verdade da desmentira de Isabel dos Santos.
“Como é que pessoas que tinham sido exoneradas pelo Governo ainda faziam transferências?“, questionou o Carlos Saturnino no dia 28 de Fevereiro em Conferência de Imprensa.
Afinal, o actual PCA acabara de revelar a falcatrua da corja de Isabel dos Santos.
“O administrador que cuidava das finanças na Sonangol, embora tivesse sido exonerado no dia 15, ordenara uma transferência no valor de 38 milhões de dólares para a Matter Business Solution, com sede no Dubai“.
Revelou ainda Carlos Saturnino que o banco preferencial do conselho de administração liderado por Isabel era o BIC. Contraditório com o que se sabe. O Banco oficial da Sonangol é o BAI.
Na altura, isso em meados de Dezembro do ano passado, através de um comunicado a imprensa, Isabel dos Santos negava ter realizado transferências para entidades terceiras depois da exoneração do Conselho de Administração que liderou durante cerca de ano e meio.
Isabel dos Santos mentiu através de uma desmentira descabida. Houve sim desvio na Sonango da sua administração após ter sido exonerada.
No ano passado Isabel garantia igualmente que era falsa a notícia sobre a transferência de 57 milhões de euros para uma conta offshore no Dubai, da mesma forma que dizia ser mentira que tenha realizado transferências mensais de 10 milhões de euros da Sonangol para a sua empresa Efacec.
Na altura, através do comunicado assinalava que “está neste momento montada uma campanha de difamação contra a Eng.ª Isabel dos Santos“, através de vários meios de comunicação e das redes sociais.
As notícias da contestação “Estas falsas notícias têm como única e exclusiva motivação pôr em causa a integridade da Eng.ª Isabel dos Santos”, lia-se na mensagem, que apontava o dedo aos jornalistas que assinam os textos cujas informações a empresária tentou desmentir. Hoje a verdade da desmentira veio ao público.
Houve SIM desvio na Sonangol após a sua exoneração (ponto)
Para recordar que em causa estava, por exemplo, a publicação de Rafael Marques, no site Maka Angola, intitulada “Saque de 135 milhões de dólares na Sonangol“, na qual o jornalista avançava que “ao longo de quase um ano e meio como presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Isabel dos Santos transferiu mais de 135 milhões de dólares da petrolífera nacional para quatro empresas suas, usando o seu banco em Portugal, Banco BIC”.
Rafael Marques indica ainda que “após ter sido exonerada, a 15 de Novembro passado, no mesmo dia Isabel dos Santos assinou uma ordem de pagamento no valor de 60 milhões de dólares a favor da Matter Business Solutions DMCC, uma empresa sua sediada no Dubai”.
Na base da contestação de Isabel dos Santos surgem ainda o artigo publicado pelo semanário português Expresso, sob o título “Herança pesada de Isabel dos Santos na Sonangol“, assinado pelo jornalista Gustavo Costa, bem como o texto “Isabel transferiu 57 milhões de euros da Sonangol para a conta da sua empresa privada”, publicado um dia depois no Club-K.
Agora, diante dessa denúncia de uma fonte mais que oficial, ministério público onde estás? Procuradoria Geral da República de Angola cadê você?