A maior startup de tecnologia voltada para o sector de educação dos Estados Unidos cresceu durante a pandemia a oferecer aos alunos a oportunidade de “pedir uma ajuda aos universitários” durante as provas feitas online, ou seja, fazer uma cábula.
A Chegg recebe perguntas encaminhadas por alunos, geralmente do ensino superior, e usa mecanismos como inteligência artificial para vasculhar respostas em 46 milhões de problemas tirados de livros e provas que a tecnologia da empresa consegue aceder.
O resultado financeiro dessa ferramenta tem sido impressionante. As acções da empresa se valorizaram em 345% desde o dia 18 de março de 2020, quando as medidas de isolamento social foram recrudescidas, fazendo com que as escolas fossem fechadas e o ensino se tornasse remoto.
O número de assinaturas da Chegg disparou durante a pandemia. São 3,7 milhões de alunos cadastrados na plataforma. E o principal serviço adquirido é exactamente o Chegg Study, a plataforma que oferece respostas de mão beijada para os alunos. Esse serviço custa US$ 14,95 por mês.
Para ter a resposta para seu teste, o aluno que contrata o Chegg Study precisa aceder a plataforma, tirar uma foto do problema e aguardar até 30 minutos para obter a solução.
As respostas atendem demandas de alunos dos cursos de biologia, negócios, química, engenharia civil, ciências da computação, engenharia elétrica, matemática, engenharia mecânica e física.
O segredo da empresa não é apenas o seu vasto banco de dados de materiais didáticos e acadêmicos, mas o emprego de 70 mil especialistas com graduação em matemática, ciências, tecnologia e engenharia contratados sob demanda, em sistema semelhante ao do Uber.
Em vez de aproximar motoristas e passageiros, a plataforma coloca alunos diante de profissionais qualificados, munidos de uma enormidade de respostas de livros que são armazenadas via Big Data e acedidas por potentes motores de busca.
Apesar de estar localizada em Santa Clara, na Califórnia, a Chegg emprega toda sua mão de obra operacional na Índia, de onde saem alguns dos mais competentes profissionais em ciências do mundo, e cujos salários são bem atraentes para quem pode pagar em dólar.
A receita da startup do início da pandemia, em março, até setembro, foi de 440 milhões, um crescimento de 54% na comparação com o ano anterior. Hoje, a empresa vale US$ 12 bilhões.
A projecção é que o facturamento chegue a $ 630 milhões em 2021, quando o ensino remoto ainda deve ser aplicado, ao menos durante parte do ano, e os alunos continuarão longe da vigilância dos professores.
CNN