As multinacionais Total e Trafigura ganharam o concurso aberto em Março deste ano pela Sonangol para o fornecimento de gasóleo, gasóleo marinha e gasolina para os próximos 12 meses em Angola, informou a petrolífera nacional, sem indicar os valores envolvidos.
Com o resultado deste concurso, realizado, explica a Sonangol em comunicado, a partir da responsabilidade de superintendência da empresa sobre o fornecimento de derivados do petróleo, cou denido que a Tragura ca responsável pelo abastecimento do mercado de gasóleo e gasóleo marinha, enquanto a Total está agora encarregada de fazer chegar ao mercado angolano a gasolina necessária para os próximos 12 meses.
Este concurso, cujos envelopes com as propostasa foram abertos em Março, vê assim os resultados divulgados, com a Francesa Total e a empresa com sede em genebra, na Suíça, Tragura, a deixarem para trás um conjunto de nove concorrentes que chegaram à fase da análise das propostas e das vantagens comerciais, depois de terem sido convidadas 29 companhias.
Esta informação surge agora num contexto de “day after” de uma grave crise de abastecimento de combustíveis, com vários dias sem combustíveis nos postos de abastecimento, que levou à exoneração da Administração de Carlos Saturnino, na Sonangol.
Segundo o comunicado da Sonangol, a decisão da escolha da Total e da Tragura resultou da avaliação da “economicidade” das propostas concluída após as devidas “claricações e negociações”.
Com este resultado, a Sonangol garante que não vão surgir quaisquer oscilações no mercado.
Exportar petróleo, importar derivados
Apesar de Angola ser o segundo maior exportador de petróleo do continente africano, com cerca de 1,4 milhões de barris por dia, a sua capacidade de refinação, processo que permite transformar o crude em bruto em gasolina, gasóleo e outros renados, como lubricantes, é muito limitada, o que obriga a que a solução passe pela importação, o que consome anualmente cerca de mil milhões de USD aos cofres do Estado.
A única renaria do país, construída na longínqua década de 1950, situada em Luanda, tem uma capacidade limitada de renação, apenas 60 mil barris por dia, quando o país carece de mais de 200 mil barris por dia.
Todo o restante combustível é adquirido nos mercados internacionais a um preço médio muito superior ao valor na bomba para venda ao consumidor em Angola, que é de 160 Akz/litro.
Para manter estes preços, o Estado atribui um subsídio – via Sonangol – estimado, segundo algumas fontes, em cerca de 100 Akz por cada litro de combustível adquirido pelo público.
A Sonangol alude ainda a dívidas pesadas das empresas industriais angolanas, que são responsáveis por 40 por cento do consumo de combustíveis no país, seja na laboração da maquinaria, seja na geração de energia eléctrica através de grupos geradores.
NJ