A OPEP diz que o mundo atingirá o máximo da procura por petróleo mais cedo do que o esperado, uma vez que os países priorizaram a segurança energética em relação às emissões zero. Há anos a tentar inverter o declínio da sua produção, Angola pode respirar de alívio.
A crise gerada pela alta dos preços da energia que se vive actualmente no mundo empurra para mais tarde a transição energética que já estava em andamento e obriga a mais investimentos na exploração e produção de petróleo para assegurar o equilíbrio entre a procura e oferta e garantir o aumento de 2,7 milhões de barris por dia até 2045.
Angola que procura por mais investimentos para inverter o declínio da produção, aguarda com expectativa este novo posicionamento da indústria.
De acordo com a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) no relatório World Oil Outlook 2022-2045, a procura por petróleo e seus derivados está e vai continuar a aumentar nos próximos anos já que as energias renováveis tardam a afirmar-se entre as principais fontes de energia consumidas no mundo.
Esta posição contraria a de outros analistas que defendem que a procura por petróleo deverá atingir o seu máximo ainda antes de 2030 devido ao aumento das energias renováveis e carros eléctricos, considerando que após essa data a procura entrará em declínio, dando espaço a outras.
Segundo esses analistas, esse pico de produção implicaria o fim do ciclo de preços altos, que passariam a negociar num intervalo entre os 30 USD e os 70 USD.
A própria OPEP apontava este cenário até 2035, com a situação actual já aponta a 2045, num cenário que também já é traçado por alguns bancos europeus, tradicionalmente financiadores do sector.
Este adiamento da transição energética abre assim, portas a mais investimentos no sector do petróleo e gás para atender à procura, o que até deverá permitir o prolongamento do ciclo de preços altos do petróleo por um período mais longo que o esperado.
Depois de o barril de petróleo ter rondado os 100 USD grande parte do ano, para 2023 é expectável que esse valor baixe ligeiramente devido à recessão económica nas principais economias mundiais provocadas pela alta dos preços da energia.
A verificar-se o aumento dos investimentos no sector petrolífero em Angola será certamente uma boa noticia para o País, já que desta forma conseguirá inverter a tendência de declínio de produção que já “roubou” mais de 700 mil barris/dia à sua produção nos últimos sete anos.
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