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Transporte para escoar produção rural está quase toda inoperante

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O país conta com 1.743 Operadores de Transporte de Mercadorias (OTM), 90 por cento dos quais permaneceram inactivos nos últimos cinco anos, segundo um levantamento elaborado, recentemente, pela Direcção Nacional de Desenvolvimento do Comércio Rural (DNDCR) e pelos Gabinetes Provinciais de Desenvolvimento Económico Integrado (GPDEI).

Os números do estudo, consultado pelo Jornal de Angola indicam que o Cuanza-Sul é a província com a maior frota, possuindo 346 operadores, seguindo-se a Lunda-Norte, com 206, Malanje (147) e Benguela (124).

No outro extremo, Cabinda, com 21, Huambo (11) e Moxico (nove) são as mais desprovidas de operadores, segundo o documento que sublinha que grande parte destes não estão operacionais. 

O levantamento da DNDCR e dos  GPDEI indica que grande parte dos veículos que constituem o parque automóvel dedicado ao comércio rural foi adquirida em segunda mão, sendo geralmente veículos de 1,5 a 2,5 toneladas de peso bruto. 

Os mais utilizados têm capacidade situada entre 3,5 e 7,5 toneladas e são, na maioria, de origem asiática, afirma o documento para ilustrar as condições em que operam os transportadores, 80 por cento dos quais trabalha na aquisição da produção de mulheres agregadoras.  O preço do frete praticado pelos operadores pode variar de 250 mil a 450 mil kwanzas,  conforme o ponto de partida e descarga, mostra o levantamento. 
Oferta reduzida 

Pela ausência de uma indústria de transformação e processamento dos alimentos, bem como dificuldades de escoamento dadas pela escassez de transporte, uma grande parte da produção agrícola não tem sido aproveitada, acabando, muitas vezes, por se estragar no campo. Calcula-se que, nos últimos cinco anos, o país registou a perda de cerca de 800 mil toneladas de produtos, ao longo de diversas épocas e pontos de Angola. 

Em alguns casos, as perdas de produção decorrentes do não escoamento para os centros de consumo chegam a um terço e, noutros, a 50 por cento da produção, segundo dados publicados pela Angop, com base numa amostra feita em seis das 18 províncias do país. 

Os camponeses da Huíla perdem, em média, um terço da produção, ou seja, 171 526 toneladas, por ano, de frutas como maçã, pêssego, pêra e morango, só na Humpata, além de outras 20 mil de hortícolas que se degradam na Chibia, Cacula e Quilengues, por dificuldade de escoamento. 
Evitar as perdas 

Para inverter o quadro de prejuízos, o Executivo, aplica o PIDCR 2018-2021 que, a partir da primeira quinzena de Agosto próximo, é reforçado com a venda de 500 carrinhas aos agentes económicos que operam no sector dos transportes de mercadorias. 

A expectativa do Executivo é a de que essas viaturas impulsionem o surgimento de uma  rede estruturada de OTM que se dedique ao comércio rural de forma mais especializada, visando dinamizar o escoamento da produção agrícola do campo para os centros de consumo, segundo disse à nossa reportagem o director nacional do Comércio Rural, Alan Varela. 

Com a operacionalização de uma rede estruturada, ficará garantido o escoamento da produção dos agricultores familiares, que constituem a base da agricultura angolana, afirmou Alan Varela.

 
Calcula-se que 54 por cento da população angolana (estimada em cerca de 30 milhões) vive em zonas rurais, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) apresentado em 2020, em Luanda. 

A média da produção agrícola é dois milhões de toneladas de hortícolas, três milhões de cereais, 11 milhões de toneladas de raízes e tubérculos por ano, maioritariamente atribuídos ao sector da agricultura familiar, assim como de 1,2 mil milhões de ovos por ano, garantidos, sobretudo, pelo sector empresarial, de acordo com estudos independentes.

JA

Editor
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