A oposição considera que o Presidente da República foi vago ao anunciar a realização das eleições autárquicas antes de 2022, ano em que devem ter lugar as próximas gerais.
Em reacção à intervenção de João Lourenço, proferida em Benguela, durante a primeira reunião do Conselho de Governação Local, a UNITA, na voz do presidente do seu grupo parlamentar, disse ter ficado surpreso, pois o PR ainda está com “um discurso vago” sobre as autarquias.
“Para a UNITA, dizer que as autarquias vão ser realizadas antes de 2022 não significa nada”, afirmou Adalberto Costa Júnior, para quem o PR devia dizer que as mesmas deviam ser realizadas já em 2020 por exemplo ou antes, em 2019.
Adalberto Costa Júnior entende que, só com uma data fixa, os angolanos têm garantias e um compromisso com as autarquias.
Adalberto Costa Júnior afirmou que todos os partidos da oposição defendem a aceleração do processo que deve levar à realização das eleições autárquicas.
“Vir dizer que as eleições vão ser realizadas antes de 2022 é negativo. Está a dizer, com isso, que não tem certeza da realização das eleições autárquicas”, considerou, acrescentando que “isso é péssimo para o país“.
A CASA-CE também defende que o PR devia indicar já uma data. “Dizer que vai se realizar eleições autárquicas em 2022 é apenas um horizonte temporal. Seria necessário dizer o ano em que teriam lugar essas eleições”, disse o deputado Manuel Fernandes.
Só com a indicação de datas ajudaria os partidos políticos a ajustarem as suas agendas, acrescentou.
A coligação, segundo Manuel Fernandes, defende que o Executivo devia realizar eleições em simultâneo em todo país. “A CASA-CE entende que o gradualismo devia ser apenas no âmbito das competências e não da territorialidade”, disse.
A FNLA, segundo Lucas Ngonda, defende que o PR devia remeter já ao Parlamento o pacote legislativo para as eleições autárquicas para a sua discussão.
JA