O presidente da Unita, Adalberto Costa Júnior, disse ser estranho o silêncio dos demais órgãos do Estado angolano face aos contornos do mediático caso das mortes em Cafunfo perpetradas pela Polícia Nacional.

“É de estranhar o silêncio cúmplice da Assembleia Nacional e de demais órgãos do Estado ante tamanha violação dos direitos dos deputados vertidos os Regimento da Assembleia Nacional”, sublinhou.

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) pediu hoje ao Presidente angolano que mande instaurar “um urgente inquérito independente” sobre o ocorrido em Cafunfo, que resultou em seis mortos.

Dois de cinco deputados da UNITA e uma activista cívica estão retidos à entrada da vila de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda Norte.

Os deputados deslocavam-se ao palco dos acontecimentos para aferir os incidentes entre manifestantes e a polícia nacional no passado dia 30.

Acto que resultou na morte de seis pessoas, cinco feridos, entre os quais dois efectivos das forças de defesa e segurança, e 16 detidos.

Costa Júnior é de opinião que tanto a UNITA como as demais forças vivas da sociedade angolana “não devem olhar impávidas e serenas perante degradante tratamento a que as forças de defesa e segurança submetem os representantes do povo, os deputados à Assembleia Nacional”.

Segundo Adalberto Costa Júnior, “uma vez mais, por ordens superiores”, o grupo foi impedido de chegar à vila de Cafunfo, estando neste momento retido pela polícia e sem acesso a abastecimento alimentar e água.

“Com tal atitude, a polícia e as ordens superiores a esta transmitidas encontram-se em flagrante violação às leis e atentam contra o órgão de soberania [Assembleia Nacional] e os pressupostos do Estado democrático de Direito.”

“A retenção dos deputados é a confissão clara do massacre praticado e a ocorrência de operações de limpeza no Cafunfo”, referiu.

CD/Lusa