O número de vagas das instituições de ensino superior públicas e privadas autorizadas pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) aumentou 45% para 230.252 no ano lectivo 2023/2024. Houve um aumento de 71.342 novos lugares, em relação às 158.910 vagas disponíveis no ano lectivo anterior.

A província de Luanda tem o maior número de vagas (132.740), seguido de Benguela (17.166), Malanje (11.760), Huambo (11.647), Huíla (10.007), Bié (8.750), Uíge (8.709), Zaire (5.660), Cuanza Norte (4.505), Cabinda (3.903), Cuanza Sul (3.295) e Moxico (3.416), Namibe (3.180). O conjunto das províncias do Bengo, Cuando Cubango, Cunene, Lunda Norte e Sul têm 5.514 vagas disponíveis.

Mantendo a tendência do ano passado, as áreas das ciências sociais, humanidades e artes e engenharias e tecnologias dominam o número de vagas, de acordo com o ministério. Por exemplo, no ano lectivo passado, em termos de percentagem tiveram 61,4% e 20,6% respectivamente.

“A tendência mantém-se porque a maior parte das instituições têm cursos nestas áreas e esses cursos representam quase 60% da oferta formativa. Educação, ciências sociais e humanas, artes”, explica Eugénio da Silva, secretário de Estado para o Ensino Superior.

Quanto ao aumento, o responsável justificou que as instituições decidiram inflacionar as vagas na tentativa de haver mais estudantes no ensino superior.

“Às vezes, temos crivos mais apertados e cortamos mais, mas também não queremos cortar as “pernas” das instituições por causa da sustentabilidade financeira, porque geralmente conseguem preencher as vagas, mas também não descuramos as questões da qualidade, pois fazem parte dos critérios para a atribuição de vagas”.

Entre as condições essenciais para atribuição das vagas constam o corpo docente em quantidade e qualidade, com perfil adequado, para salvaguardar o rácio estudante/professor bem como a qualidade do ensino ministrado, laboratórios suficientes e com condições apropriadas para a realização das actividades laboratoriais e das práticas inerentes aos cursos, salas de aulas e outras infra-estruturas, entre outros critérios.

Num universo de mais de 300 cursos espalhados pelas instituições do ensino superior, o curso de Direito e Ciências da saúde são os que dominam as opções dos estudantes.

Entre as inúmeras atracções, Marcos da Silva, profissional de engenharia informática, aponta o prestígio da carreira e o rápido enquadramento no mercado de trabalho. “Por exemplo, no sector da saúde há sempre concurso público, então os estudantes optam por essa área, porque sabem que, mais tarde ou mais cedo, terão a oportunidade de se candidatar a uma vaga no sector da saúde e, por outro lado, é o gosto que desenvolvem, pois muitos sonham ser juristas, juízes, conservadores, enfim!”.

Antevê-se um ano lectivo maculado com greves, uma vez que o Sindicato de Professores do Ensino Superior (SINPES) suspendeu no dia 27 de Julho a prolongada greve até ao 10 de Novembro de 2023.

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