O recuo na decisão poderá colocar a Mota-Engil Portugal em vantagem para concretizar a vontade em ficar com os 20%.
O Estado explica que não foram reunidas as condições para venda em bolsa. A previsão é de vender até julho deste ano.
Os 20% da participação indirecta do Estado na Mota-Engil Angola, SA (MEA) já não vão ser alienados através de oferta pública em bolsa como estava previsto desde Dezembro de 2020.
O Presidente da República decidiu colocar as participações em concurso público através do despacho presidencial nº 32/22, porque até ao momento “não estão reunidas as condições necessárias para alienação das respetivas acções”, diz o despacho.
O Estado detém 20% das participações na Mota-Engil Angola, SA através da Sonangol Holding, Limitada. Este activo vai ser privatizado, de acordo com o ministério das finanças, até ao fim do primeiro semestre deste ano.
Na altura em que o Estado autorizou a venda dos 20% da Sonangol via bolsa, isto é, em Dezembro de 2020, o grupo português tencionava negociar com a petrolífera angolana e reforçar a sua posição de maioritário, somando assim os 20% aos 51% para 71%, o que não veio acontecer até hoje, porque o activo estava em bolsa, inviabilizando assim a negociação entre as partes.
Mas tudo indica que o “recuo” de venda em bolsa poderá colocar os portugueses numa posição de maior vantagem em concretizar a vontade de ficar com as acções que hoje são pertença da Sonangol.
A Sonangol é o segundo maior acionista da sociedade anónima com 800 acções, 20% das quatro mil que a MEA tem na sua estrutura. Cada uma delas valia, até 2014, 2,2 milhões de Kz. Mota-Egil, grupo português, detém 51% das acções e é o maior acionista.
LAC/CD