O novo chefe de estado do Zimbabwe tem sido alvo de críticas por nomear ex-governantes do executivo de Mugabe e militares que desempenharam um papel fundamental na destituição do ex-Presidente.
Sibusiso Moyo, o major-general que anunciou na televisão o levantamento militar contra Mugabe, assumiu a pasta dos Negócios Estrangeiros. O marechal da Força Aérea Perrance Shiri ocupa agora o cargo de ministro da Agricultura do Zimbabwe.
Além disso, nenhum membro da oposição integra o novo Governo, contrariamente ao que esperavam alguns observadores. De acordo com Chris Mutsvangwa, conselheiro do Presidente, Mnangagwa teria entrado em contacto com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC) para formar um “Governo inclusivo”. Mas o líder do partido, Morgan Tsvangirai, teria rejeitado a proposta. O MDC nega que isso tenha acontecido, segundo a agência de notícias Reuters.
“No que nos diz respeito, nunca houve qualquer contacto entre o Presidente Mnangagwa, o ZANU-PF [União Africana Nacional de Zimbabué – Frente Patriótica, no poder] e o nosso partido sobre a possibilidade de inclusão ou envolvimento dos nossos membros no Governo”, afirmou Nelson Chamisa, vice-presidente do MDC.
O Presidente Emmerson Mnangagwa anunciou que a prioridade do novo seu governo é revitalizar a economia do país. O anúncio foi feito ontem, segunda-feira 4 de Dezembro.
“Acredito que a minha equipa está à altura do desafio”, disse o chefe de Estado na tomada de posse do novo Governo. “Quero que eles [os zimbabweanos] estejam unidos, temos de fazer com que a nossa economia cresça”.
A taxa de desemprego no Zimbabwe ronda os 90 por cento.
O novo Executivo tem 22 membros, menos 11 do que o anterior. Mnangagwa assegura que a sua equipa terminará “o mandato do antigo Presidente, que é um período entre seis e sete meses”. Depois disso o Zimbabwe irá a votos.
Emmerson Mnangagwa tomou posse a 24 de Novembro, depois do afastamento do Presidente Robert Mugabe.