O Banco tem nova administração e volta a divulgar resultados publicamente depois de 2018, apesar de apenas publicar os relatórios e contas de 2019, 2020 e 2021 nas próximas semanas.
O Banco Económico que não apresentava contas há três anos, obteve em 2019 o segundo maior prejuízo da história da banca angolana, ao registar resultados líquidos de -531,2 mil milhões Kz, recuperando em 2020 para 137,8 mil milhões e regressando aos lucros em 2021 com 173,3 mil milhões.
Com os resultados apresentados esta semana, o ex-BESA passa a liderar o ranking dos lucros em 2021, ultrapassando o BFA. De acordo com um comunicado divulgado esta semana, a assembleia-geral do banco agora liderado por Pedro Cruchinho (PCA) e por Carlos Duarte (PCE) aprovou as contas dos exercícios de 2019, 2020 e 2021.
Segundo Pedro Cruchinho, estes resultados negativos devem-se essencialmente, à Avaliação à Qualidade dos Activos (AQA) dos maiores bancos angolanos, levada a cabo pelo BNA e acordada com o FMI.
Quanto à passagem de prejuízos a lucros, o PCA do banco justificou que se deve “ao impacto das próprias operações do PRR (Plano de Recapitalização e Reestruturação), com operações contabilísticas e alguma reversão de imparidades”.
Por operações contabilísticas entenda-se o aumento de capital feito no banco, que transformou os depósitos dos maiores depositantes em capital da instituição bancária – por via de um fundo de investimento. O número de clientes tem vindo a subir, o mesmo acontecendo com a margem financeira, enquanto o malparado tem vindo a diminuir.
Para capacitar o banco com liquidez está prevista a emissão de 50 mil milhões Kz em obrigações convertíveis perpétuas, ainda sem data prevista, mas que a direcção do BE espera finalizar depois de recuperar a confiança dos clientes e dos angolanos em geral.
“O maior desafio é recuperar a confiança. A liquidez é um sintoma de uma doença que é a falta de confiança”, admitiu o PCE, Carlos Duarte.
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