Angola contratou um consultor que passou por Antuérpia (Bélgica), tida como a capital dos diamantes no mundo, e por Dubai (Emirados Árabes Unidos), para ajudar na criação da Bolsa de Diamantes de Angola, com efectivação experimental prevista para 2022.
De acordo com o titular da pasta do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás (MIREMPT, Diamantino Azevedo, trata-se de um “expert” estrangeiro, que foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia (Reino da Bélgica) e que também ajudou a criar a Bolsa do Dubai.
Antuérpia é, desde o século XV, o polo do comércio de diamantes e cerca de 84% dos diamantes brutos de todo o mundo passam por lá.
Não é a toa que esta cidade belga é conhecida como a capital mundial das preciosidades, tendo ainda o Diamond Quarter, um distrito dedicado a eles, com diversas lojas e fábricas.
Diamantino Azevedo, que falava à imprensa à margem do Fórum sobre “Oportunidades de negócios nos sectores dos Petróleos, Gás e Recursos Minerais”, dirigido ao corpo diplomático, garantiu que as condições continuam a ser criadas para que a bolsa seja competitiva.
“Um grupo de trabalho já foi criado e, para o efeito, contratamos um consultor com bastante experiência e que já foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia, além de ter ajudado o Governo do Dubai a criar a sua Bolsa de Diamantes”, afirmou Diamantino Azevedo.
Na sua intervenção, o governante angolano salientou que, com o referido especialista e os da Endiama, SODIAM e do sector de tutela, trabalha-se na criação da Bolsa, que inicia de forma experimental, em 2022.
No entender do governante, a criação de uma bolsa não é apenas por via de decretos, mas também com todas as condições para que ela seja competitiva, justificando a existência de várias bolsas de diamantes no mundo, muitas delas com uma organização e com factores de competitividade muito elevados.
“Se queremos criar a Bolsa, temos de olhar para todos esses factores e ter os instrumentos necessários para uma Bolsa e elevar o nível de qualidade e eficiência”, sublinhou.
Facto que poderá culminar com a transformação da SODIAM numa Bolsa de Diamantes, com a extinção da Ferrangol E.P, transformando os seus activos em agência nacional de recursos minerais, assim como a privatização parcial, em Bolsa de Valores, da Endiama E.P.
Em visita oficial à Bélgica, em Junho de 2018, o Presidente da República, João Lourenço, visitou as instalações onde funciona a Bolsa de Diamantes da Antuérpia.
Angola é o quarto maior produtor mundial de diamantes, com uma produção média anual de cerca de nove milhões de quilates até 2019.
Em 2019, o país contribuiu para o mercado mundial com 7 por cento em quilates de diamantes e nove por cento em valores, o que posicionou o país, na classificação mundial, entre as primeiras cinco nações relacionadas na produção e quatro em valores.
A previsão, em 2020, era passar para os 10 milhões de quilates, mas devido à pandemia da Covid-19 os níveis de produção cifraram-se em menos de seis milhões de quilates.
Para 2021, prevê-se uma produção de cerca de 11 milhões, perspectivando-se para 2022 uma produção de 14 milhões, com a entrada de novos “players” (actores) no mercado e a exploração de novos campos.
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