Os principais partidos da oposição, UNITA e CASA-CE, acreditam que as recentes declarações de Rafael Marques, segundo as quais o Presidente da República, João Lourenço, tem estado a “dar sinais claros de que está a formar uma nova elite de saqueadores”, estão sustentadas por provas.
“São as pessoas mais próximas que rodeiam o próprio Presidente que já estão a apoderar-se daquilo que é público e estão, basicamente, a manter o estatuto de principais dirigentes do país e principais homens de negócios.”
“Esses indivíduos já tinham as suas empresas falidas e estão agora a receber oxigénio porque João Lourenço está no poder. Isto não é uma contradição, é uma falta de vergonha”, acusou Rafael Marques.
“Há muitos casos de indivíduos com provas substanciais sobre o seu envolvimento em actos de corrupção que lesam o Estado em centenas, milhões de dólares e nem um deles está a ser julgado ou detido, só a arraia-miúda e o Rafael, que se opõe à corrupção”, realçou.
Na entrevista à Lusa, o jornalista fala de sinais que, segundo ele, contradizem o discurso de combate à corrupção do Presidente da República.
“João Lourenço também tem estado a dar sinais de que está a formar uma nova elite de saqueadores.”
“Recentemente, criou-se aqui um consórcio privado para a realização de voos domésticos que beneficiou de uma garantia soberana do Estado angolano, as famosas garantias soberanas, para a aquisição de seis aviões no Canadá”, disse.
“O consórcio tem como sócios o irmão do Presidente angolano, Sequeira João Lourenço, também secretário-executivo da Casa de Segurança do Chefe de Estado e proprietário da empresa de aviação SJL, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente, Frederico Cardoso, dono da empresa Air 26, e o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, o general Pedro Sebastião, dono da empresa Mazewa”, acrescentou Marques na mesma entrevista.
NJ