Custa a crer que muita gente tivesse esperneado ao ver o seu nome arrolado à lista de milionários publicada pelo jornal “Angolense” há 15 anos, conforme se vê mais abaixo.
Olhando para o primeiro pelotão da lista, afigura-se praticamente uma missão impossível divisar nela alguém que hoje não seja realmente mais do que isso: milionário.
Aliás, muito deles não só se transformaram em multimilionários, através do tal processo de acumulação primitiva de capital, como também já acabaram transplantando as respectivas fortunas para os seus descendentes. Quer dizer, têm continuadores.
O número um da lista era José Eduardo dos Santos. Naquela altura não se sabia com precisão a fortuna acumulada pelo então Presidente da República, mas já então era avaliada em centenas de milhões de dólares.
Hoje o homem que cedeu o leme do Estado angolano a João Lourenço – que por sinal também figurava na lista, no segundo pelotão, sendo à época o secretário-geral do MPLA – é o maior exemplo de extrapolação de riqueza pessoal, tal foi a forma fulgurante como, por processos de nepotismo, praticamente todos os seus descendentes directos – filhos – acabaram surgindo como detentores de riqueza no país.
Isabel dos Santos, que naquela época contava entre os seus “haveres” pouco mais do que bagatelas como a antiga empresa de remoção de resíduos sólidos Urbana 2000, a UNITEL e sua participação no BFA, é hoje uma multimilionária que pede meças às maiores fortunas não apenas do continente africano como do mundo inteiro.
A primeira divisão da lista também era integrada por Manuel Vicente, o que não é nada de espantoso, pois já então ele liderava a Sonangol, poleiro a partir do qual construiria uma aparatosa fortuna que “chocou” inclusive o seu próprio mentor, José Eduardo dos Santos.
Ao lado dos generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino do Nascimento “Dino”, Manuel Vicente, que depois se tornou no vice-Presidente da República, tem sido arrolado num triunvirato que, por junto e atacado, pode, segundo muitos pesquisadores, ser simplesmente detentor da maior fortuna do país.
Como é natural, Kopelipa também já fazia parte da lista. Apenas Dino não a integrava.
Também não constituía estranheza que surgisse na lista os nomes de Desidério Costa, indivíduo que durante anos a fio, com a permissão de JES, assumiu simplesmente a tarefa especial de ser o guarda-livros dos fundos do regime, a partir de uma posição discreta, mas estratégica, que sempre teve no Ministério dos Petróleos.
Divididos em dois grupos consoante o que cada um tinha – cargos da época -, vejamos, então, quem foram os grandes detentores de riqueza nacional arrolados na matéria publicada pelo «Angolense» há exactos 15 anos.
MAIS DE 100 MILHÕES DE DÓLARES

MAIS DE 50 E MENOS DE 100 MILHÕES DE DÓLARES

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