A capacidade instalada de electricidade produzida em Angola ronda os seis mil 283 Megawatts e responde a uma demanda que regista um consumo actual de dois mil 375 Megawatts, informou hoje o Presidente da República, João Lourenço.
Para inverter a presente realidade, já que a oferta supera a distribuição, João Lourenço sublinhou ser necessário priorizar mais o investimento nas redes de transmissão e distribuição de energia, assim como nas ligações domiciliares.
“Estamos a produzir mais energia do que a estamos a consumir”, rematou o Titular do Poder Executivo, em seu discurso sobre o Estado da Nação, na Sessão Solene de Abertura do Ano Parlamentar 2023-2024 da V Legislatura.
O Presidente da República precisou que a matriz eléctrica nacional comporta 59.7% de energia hidroeléctrica, 35.7% de energia térmica, 3.8% de energia solar, 0.5% de energia híbrida.
Salientou que 63.6% da energia produzida em Angola é limpa, de fontes não poluentes, e amigas do ambiente.
O projecto de interligação nacional vai permitir que a capacidade de produção existente na região Norte seja escoada para outras regiões do país, reduzindo a produção com recurso a combustíveis fósseis e a redução dos custos operacionais com combustíveis e manutenção, contribuindo também, para a sustentabilidade ambiental.
João Lourenço explicou que, no domínio eléctrico, actualmente, estão interligadas as regiões Norte e Centro, beneficiando um total de 10 províncias, estando em curso o projecto para interligação da região Sul e da região Leste.
“Estamos a trabalhar nas condições precedentes para se dar início ao projecto de construção das linhas de transmissão em alta tensão, das ligações Huambo – Lubango – Namibe, Lubango-Ondjiva e Humabo – Menongue. Concretizar a interligação entre o Norte e o Leste, vamos construir a linha de transmissão Malanje – Xá-muteba-Saurimo”, detalhou o Presidente.
Segundo João Lourenço, quando se construir a linha de transmissão Dundo-Lucapa-Saurimo-Camanongue, ficarão interligados os sistemas Norte, Centro, Sul e Leste, passando quase todo país a utilizar a energia produzida pelo ciclo combinado do Soyo, pelas barragens hidroeléctricas de Laúca, Cambambe e Capanda, já interligadas.
Esses sistemas eléctricos, de acordo com o Presidente, futuramente serão reforçados com a energia a ser produzida pela barragem de Caculo Cabaça – a maior de todas, quando ficar concluída e entrar em funcionamento.
Acrescentou que outros 100 Megawatts de energia limpa estarão disponíveis em 2025, com a conclusão da central de energia fotovoltaica da Kilemba, na província da Huíla.
Disse que espera-se concluir, até 2027, um amplo programa de electrificação rural, já em curso, para levar energia eléctrica ao campo com emprego de energia fotovoltaica em várias províncias, num total de 126 localidades, para beneficiar cerca de três milhões de angolanos, no meio rural.
Para continuar a aumentar o acesso à energia eléctrica, avançou o Titular do Poder Executivo, outros projectos estão em curso, com destaque para o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, no Cuanza Norte, que vai produzir 2172 Megawatts, Matala 48 MW, Luachimo, na Lunda Norte, com 34 MW, Cunge, Bié, com 1.8 MW.
Disse que se prevê expandir a rede eléctrica na região Leste com novas distribuições para um total de 60 localidades, nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Bié e Malanje.
“Esperamos começar, logo que possível, a construção das linhas de transporte de energia eléctrica e subestações associadas para ligar Xá-muteba-Saurimo, Huambo-Lubango, Dundo-Lucapa-, Saumiro-Camanome, Gove – Menongue”, disse.
JA