O chefe de divisão no Departamento Africano do FMI considera que Angola está no bom caminho da recuperação económica, mas alertou que manter a disciplina orçamental é fundamental para garantir a sustentabilidade da dívida.
Angola está no bom caminho para uma recuperação saudável”, disse o chefe da divisão responsável pela produção do relatório sobre as economias africanas, Luc Eyraud, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Em entrevista à Lusa, Luc Eyraud salientou que “daqui em diante manter a disciplina orçamental será crítico para garantir a sustentabilidade da dívida”, que teve uma significativa descida nos últimos dois anos, em virtude não só dos acordos com os bancos chineses para o adiamento dos pagamentos, mas também da valorização do kwanza e da recuperação económica.
Questionado sobre o andamento da diversificação económica, Luc Eyraud disse que as “contínuas reformas estruturais para potenciar o setor não petrolífero são cruciais para esses esforços”, vincando que ainda assim, o setor petrolífero melhorou este ano mais do que o previsto.
“A economia começou a recuperar em 2021, sustentada pelos preços mais elevados do petróleo e pelo relaxamento das medidas de contenção, para além de uma recuperação do setor não petrolífero; para 2022 o crescimento deverá ser mais robusto, apesar de alguns ventos contrários”, disse o responsável.
O FMI reviu em baixa a previsão de crescimento para a África subsaariana, estimando agora um crescimento de 3,6% e 3,7% neste e no próximo ano, com a inflação a subir para 14,4%.
NJ