Minha amiga Angola é uma mulher linda e rica que não tem sorte no amor.
Ainda jovem, casou com um mais velho feio e dentola, porém romântico e poeta. O relacionamento não durou porque o mais velho de tanto beber apanhou cirrose hepática e morreu volvidos quatro anos.
Sem demoras, namorou durante um mês um jovem charmoso e pobre, casaram no mês seguinte, o relacionamento tortuoso durou 38 anos, foram anos longos de mentiras e sofrimento.
Este, além de ser muito mulherengo e “Pacheco” de primeira água, era um mentiroso compulsivo, dizia que era engenheiro quando só tinha feito o 3° ano da faculdade; estudou petróleos, mas queria ser chamado arquitecto; o pior de tudo é que deixou a sofredora na desgraça: geriu mal o património da família, satisfez os caprichos insaciáveis dos filhos, feitos fora da relação, com o dinheiro da esposa; enriqueceu o seu grupinho de amigos e, no final, quando se apercebeu que Angola já não o queria, esvaziou os cofres e deixou a pobre mulher na rua da amargura totalmente endividada ( e ainda tem a cara de pau de querer mandar recados que anda descontente e quer voltar!)
Angola disse basta e arranjou já um senhor de meia idade, apesar de feio e sem charme, parecia sério e disposto a não mais faze-la sofrer, lutar por ela, contra o grupo do antigo marido, recuperando o dinheiro e a honra da esposa.
Só que, se por azar ou fado, em pouco tempo, a pobre mulher descobre que este senhor afinal é subordinado do marido que a fez sofrer e que anda à reboque daquele, que a cara feia deste só assusta, não dá medo, que este marido afinal não passa de um “bazeza” sem noção que o clube de amigos mandou para lavar a imagem suja que o chefe do grupo, seu antigo carrasco conjugal, havia criado e evitar que os filhos legítimos se rebelassem, que o actual marido também comeu do dinheiro que lhe foi furtado e, já “lhe meteram no lugar dele”( abaixo do lider e chefe).
Hoje, em desespero, Angola lamenta perguntando a Deus onde foi que errou e pede Ngana Nzambi ngi kuetela oh henda (Deus tenha piedade de mim!).
Mahezo enu Nagana!