Só o BAI, maior banco em Angola, é detentor de 18% dos activos da banca, o que corresponde a cerca de 4 biliões de kwanzas (quase 5 mil milhões USD). Já o BFA, o segundo maior banco, controla 15% das activos, avaliados em 3,3 biliões de kwanzas, equivalentes a 4 mil milhões de dólares. O pódio é fechado com o BIC, na qualidade de terceiro maior banco, controlando activos, na ordem dos 2,3 biliões de kwanzas (2,8 mil milhões USD).
Em seguida, na quarta posição, está o BPC, controlando activos equivalentes a aproximadamente 1,9 biliões de kwanzas (2,3 mil milhões USD) e, na cauda entre os cinco, está o BMA, com activos estimados em 1,8 biliões de kwanzas (2,2 mil milhões USD).
Pode-se observar nos balancetes trimestrais que 80% do crédito cedido a clientes até Junho último foi por via dos dez bancos sistémicos, já que no conjunto estes bancos colocaram no mercado cerca de 3,3 biliões de kwanzas (4 mil milhões USD), ao passo que os outros 13 bancos disponibilizaram apenas 908 mil milhões de kwanzas (cerca de mil milhões USD), o que totaliza 4,3 biliões de kwanzas (5,2 mil milhões USD).
Olhando para segmentos individuais, entre os bancos sistémicos, o Banco BIC foi o que mais concedeu crédito a clientes até Agosto último, tendo disponibilizado perto de 728 mil milhões de kwanzas (882 milhões USD). Na segunda posição ficou o BFA, ao providenciar 477 mil milhões de kwanzas (602 milhões USD), ao passo que o BMA aplicou 467 mil milhões de kwanzas (565 milhões USD).
Actualmente, existem 23 bancos comerciais a operar em Angola, dos quais dez foram identificados pelo supervisor como bancos sistémicos, sendo que o peso destes representa quase 85% do total de activos de toda a banca nacional, atestam dados dos últimos balancetes trimestrais. Dito de outra forma, um problema de grande escala em um dos dez bancos sistémicos poderia levar a uma profunda desestabilização de todo o sistema financeiro.
Até Março último, apenas oito bancos do mercado faziam parte da lista dos sistémicos, que em possíveis casos de falência ou situações extremas seria necessário resgatá-los ou protegê-los das instituições, tudo isso para evitar colapsos no sistema económico. Trata-se do Banco Angolano de Investimentos (BAI), Banco de Fomento Angola (BFA), Banco BIC, Banco de Poupança e Crédito (BPC), Banco Millennium Atlântico (BMA), Banco Económico (BE), Standard Bank Angola (SBA) e o Banco SOL.
Já em Abril, entretanto, o Banco Central decidiu alargar para dez o leque de bancos sistémicos, adicionando a esta categoria o Banco KEVE e o Banco de Negócios Internacional (BNI), em função do seu porte e importância no mercado.
Juntos, esses dez bancos sistémicos controlam activos da banca angolana avaliados em 18,5 biliões de kwanzas (22,4 mil milhões USD), que, comparados aos 22 biliões de kwanzas (22,7 mil milhões USD) dos activos dos 23 bancos que actuam no país representam nada mais, nada menos, do que aproximadamente 85% da riqueza dos bancos, calculou O Telegrama. O que significa que os outros 13 bancos não sistémicos têm sob sua custódia somente activos equivalentes a 3,5 biliões de kwanzas (4,3 mil milhões USD), ou seja, 15% do total.
Dito de outra forma, um problema de grande escala em um dos dez bancos sistémicos poderia levar a uma profunda desestabilização de todo o sistema financeiro. É por isso que muitas vezes devem responder a essa segurança com condições diferentes perante as instituições. Nesse sentido, com maiores reservas de capital.
Telegrama