Só no caso do BAI, o upgrade feito pela Moody”s em Setembro de 2021 à dívida da República de Angola teve um impacto positivo de 81,9 mil milhões Kz. Dezanove das 20 instituições bancárias que apresentaram balancetes do IV trimestre de 2021 viram os lucros do agregado mais do que duplicar em dólares para 930 milhões USD.
Os lucros de 19 bancos comerciais cresceram 85% para 516,5 mil milhões Kz no ano passado, de acordo com contas do Expansão, com base nos balancetes sobre o IV trimestre de 2021 e os do mesmo período de 2020.
O upgrade do rating da República pela agência de notação financeira Moody”s está na base para a subida dos resultados.
Ficam de fora destas contas o BPC, o BDA por não ser banca comercial, e três bancos (BE, SCBA e BE) que esta terça-feira ainda não tinham publicado os balancetes deste período nas suas páginas da internet, contrariando a regulamentação do Banco Nacional de Angola (BNA).
Naquele que será o ano do regresso ao crescimento económico depois de cinco recessões consecutivas, a banca acompanhou esses sinais de crescimento. O Banco de Fomento Angola (BFA) mantém-se como o campeão dos lucros, com uma subida de 71% nos seus resultados líquidos, ao passar de 89,8 mil milhões Kz para 153,8 mil milhões.
O Banco Angolano de Investimento (BAI) repete a segunda posição, depois de os seus resultados líquidos terem quadruplicado para 141,5 mil milhões Kz. Já os resultados líquidos do Standard Bank Angola (SBA) cresceram 109% para 75,4 mil milhões Kz, enquanto o banco BIC mantém o quarto lugar deste ranking depois de ter mais do que duplicado os seus lucros, passando dos 21,3 mil milhões Kz em 2020 para 50,1 mil milhões Kz em 2021.
O Caixa Angola (BCGA) ocupa a quinta posição no ranking dos lucros, com os seus resultados líquidos a crescerem 165% para 34,4 mil milhões Kz. Ao que o Expansão apurou junto de diversas fontes do sector bancário, o upgrade do rating soberano de Angola de Caa1 para B3 pela agência de notação financeira Moody”s em Setembro do ano passado, está na base do crescimento dos resultados em 2022.
É o caso do BAI, que de acordo com o relatório e contas do I semestre de 2021, revelou que este upgrade “resulta na revisão da Probabilidade de Default de 12,23% para 2,47% estimando-se um impacto positivo de aproximadamente 81.920 milhões Kz”. Uma tendência acompanhada noutros bancos já que uma melhoria no rating traduz-se numa redução da probabilidade de default, com os bancos a reverterem provisões e melhorando os resultados.
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