O BAI é o maior banco em activos do sistema financeiro nacional, e com os lucros recentes, está numa boa posição para superar o BFA, que há vários anos lidera o ranking dos bancos com mais lucros.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI) obteve lucros de 199,6 mil milhões Kz em 2023, o que representa um crescimento de 99% face aos 100,2 mil milhões Kz registados em 2022.
Desta forma, o primeiro banco a dispersar acções em bolsa está numa boa posição para superar o BFA, que há vários anos lidera o ranking dos bancos com mais lucros.
Apesar da forte desvalorização da moeda nacional face ao dólar (cerca de 40% em 2023), segundo o administrador financeiro do banco, Juvelino Domingos, a depreciação “não teve grande impacto” sobre os resultados do banco, contribuindo “apenas” com 10% dos lucros verificados no ano passado.
“Este resultado foi maioritariamente construído não pelo efeito da depreciação, mas pelo volume de transações, operações cambiais, que o banco executou.”
“Isto porque o banco tem uma posição cambial próxima de zero. Ou seja, os activos e passivos em moeda estrangeira são quase iguais aos de moeda nacional, de tal forma que na reavaliação desses activos e passivos, os resultados da reavaliação compensam-se, equilibram-se”, adiantou.
A margem complementar (soma de Comissões líquidas, resultados em operações financeiras e outros resultados de exploração) atingiu os 191 mil milhões Kz, o que representa um crescimento homólogo de 155% face aos 75 mil milhões Kz registados em 2022.
Este crescimento foi influenciado pelo aumento dos resultados das negociações de instrumentos financeiros (títulos de dívida pública) e pelos resultados pela prestação de serviços financeiros.
Assim, o produto bancário totalizou 392 mil milhões Kz, mais 49% do que os 264 mil milhões Kz registados em 2022, impulsionado pelo desempenho da margem complementar.
Ainda no encontro com jornalistas, que decorreu esta quinta-feira, um dia após a realização da Assembleia Geral de Accionistas, o presidente do Conselho Executivo do BAI, Luís Lélis, anunciou que do ponto de vista consolidado, o grupo BAI registou um resultado líquido de 208 mil milhões Kz, dos quais 96% desse valor provêm dos resultados individuais do banco.
“A actividade cresceu de forma moderada. Crescemos do ponto de vista do crédito, o incumprimento de crédito está controlado e os resultados foram construídos muito à volta dos resultados de negociação dos instrumentos financeiros”, avançou o PCE.
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