Fora as reservas, o banco viu o rácio de solvabilidade disparar e o mesmo aconteceu com os activos e os depósitos. Ainda assim, auditor alerta para situações que podem pôr em causa a continuidade das operações.
O Banco Comércio e Indústria (BCI) regressou aos lucros em 2020, alcançando um resultado líquido de 4.197 milhões Kz, o que compara com os 26.190 milhões de prejuízos de 2019.
A caminho da privatização, o auditor independente apontou três reservas, menos seis que em 2019.
Ainda assim, numa delas a KPMG aponta à rubrica “crédito a clientes”, que apresenta o valor de 46.990 milhões Kz.
Dado que implica que não conseguiu validar a totalidade das operações, os seus montantes, taxas de juro e maturidade, “dado que não foi disponibilizada toda a informação para a execução do nosso trabalho”, nomeadamente a formalização de contratos, as reestruturações associadas e o registo actualizado de garantias à data de 31 de Dezembro de 2020.
“Nesta base, não nos foi possível concluir quanto ao direito do banco sobre estes activos,
sobre a sua existência e sobre a adequação dos valores apresentados, bem como aos efeitos destas limitações na rubrica de imparidade acumulada de 22.854 milhões Kz, imparidade de crédito no montante de 17.011 milhões Kz e os juros similares ( juros de crédito a clientes) de 9.443 milhões Kz”, refere a consultora KPMG.
No ênfase, a KPMG refere que as contas de 2020 foram preparadas no pressuposto da continuidade de operações.
Contudo, alerta que o resultado do processo de privatização, designadamente as novas opções estratégicas que o futuro accionista do banco possa decidir implementar, assim como as alterações que alguns pressupostos que não estão sob controlo do banco, indicam que “existe uma incerteza material”.
Incerteza esta que pode “colocar dúvidas significativas sobre a capacidade do banco em se manter em continuidade e, portanto, pode não ser capaz de realizar os activos e de liquidar os seus passivos no decurso da sua actividade”.
Expansão