O Sindicato Nacional de Empregados Bancários (SNEBA) anunciou expectativas de que o Grupo Carrinho Empreendimentos, novo proprietário do Banco de Comércio e Indústria (BCI), mantenha o emprego dos trabalhadores para não agravar os níveis de desemprego na classe.

A Angop noticiou que os sindicalistas, que este sábado estiveram reunidos pelo segundo dia consecutivo, na cidade de Ndalatando, esperam que o Grupo Carrinho Empreendimentos não reduza o pessoal.

O grupo angolano é o novo proprietário do BCI, com a compra de 100 por cento das acções que o Estado detinha no banco.

O Ministério das Finanças era o maior accionista com 99,4 por cento das acções. As empresas estatais Sonangol, ENSA, Porto de Luanda, TAAG, Cerval, TCUL, Endiama, Angola Telecom e Boloma detinham o resto da acções.

Em declarações à imprensa, a propósito da 11ª Sessão Ordinária da SNEBA, o presidente do sindicato, Filipe Maquengo, informou que mais de três mil funcionários bancários podem perder o emprego até o final do ano no país, na decorrência de processos de privatização, reestruturação e cassação de licenças de instituições bancárias.

Filipe Maquengo citou, como exemplo, a cassação das licenças de alguns bancos angolanos como o de Negócios e Comércio  e o Kwanza,  por incumprimento de instrutivos do Banco Nacional de Angola sobre a adequação do capital social mínimo e fundos próprios, processos que contribuíram para o despedimento de número significativo de funcionários bancários, sem negociações.

A 11ª Sessão Ordinária do SNEBA, que decorre sob o lema “Juntos por um sindicato forte e interventivo”, está a analisar temas como a incompatibilidade no exercício de cargos sindicais e proposta de revisão de avenças de dirigentes.

A aprovação do relatório das acções desenvolvidas nos exercícios de 2019 e 2020, plano de actividades e orçamentos para o ano de 2022, assim como o programa das comemorações do 47º aniversário da institucionalização do SNEBA, um sindicato com mais de 10 mil filiados, constam entre os temas em discussão.

O Grupo Carrinho Empreendimentos comprou 100 por cento das acções que o Estado tinha no BCI num leilão de bolsa realizado, ficando com a participação de 99,4 por cento que o Estado detinha na instituição e as remanescentes acções, detidas pelas estatais, Sonangol, ENSA, Porto de Luanda, TAAG, Cerval, TCUL, Endiama, Angola Telecom e Boloma.

Naquela que foi a primeira privatização por leilão de bolsa realizada no país, a empresa licitou as 100 mil acções do BCI por 16,5 mil milhões kwanzas, o equivalente a 29,3 milhões de dólares.

Na operação de licitação, foram dadas 22 ordens de compra, a de 16,5 mil milhões do a situar-se acima daquilo que estava inicialmente previsto para a venda, de acordo com declarações proferidas no fim do leilão pelo secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.

Os números indicam que, para recuperar depois de uma recapitalização de30 mil milhões de kwanzas, seriam necessários 27 mil milhões adicionais, um valor que não foi prestado pelo Estado enquanto accionista, um valor que, com a privatização, reverte-se em poupança.

Segundo Ottoniel dos Santos, caso a esses 27 mil milhões forem somados os 16,5 mil milhões de que resultou a operação de privatização, resulta um ganho de cerca de 43,5 mil milhões de kwanzas.

JA