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BNA tem de rapidamente intervir para segurar o kwanza, desvalorização chega a quase 40%

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A maioria dos especialistas defende que já chegou a altura de o BNA usar as reservas internacionais para evitar que o Kwanza continue a desvalorizar-se de forma rápida, pois está em causa o equilibrio económico, o controlo dos preços e a imagem do País nos mercados internacionais.

O BNA tem de intervir para “salvar” o Kwanza e, por acréscimo, a economia do País. Esta é a posição da maioria dos especialistas ouvidos pelo Expansão sobre a possibilidade de o banco central utilizar parte das suas reservas internacionais para colocar cambiais no mercado e aliviar a pressão sobre a moeda nacional.

O consultor Galvão Branco não tem dúvidas sobre esta necessidade e considera fundamental que o faça rapidamente.

“No presente momento, face às consequências decorrentes da pressão social originadas pelo agravamento do custo de vida num contexto bastante fragilizado pelos níveis de pobreza, é imperioso que se recorra às Reservas Internacionais para se atender às necessidades cambiais e por esta via estabilizar o consumo, sobretudo dos bens essenciais, essencialmente garantidos por via da importação”, defende.

Já o engenheiro Patrício Quigongo, especialista em petróleo e gás, também pensa da mesma forma. “Não há outra forma de poder impactar positivamente na questão cambial. A única que vejo é mesmo o BNA intervir no mercado e disponibilizar alguma moeda estrangeira para estabilizar o mercado cambial. É também importante referenciar que estamos a sofrer dois impactos. Um, que tem a ver com a desvalorização do Kwanza e outro com o aumento do preço da gasolina. O efeito combinado destes dois é o aumento da inflação, dos preços”, diz.

Apesar de todas as leituras que se possa fazer, o especialista explica que “como temos um sistema fechado de acesso à moeda estrangeira, infelizmente não há uma outra opção, uma vez que houve uma descida das receitas do petróleo mas as despesas do Estado não reduziram. Fizemos um OGE muito optimista, o preço médio do barril está abaixo, assim como a produção, que é mais baixa que a prevista no OGE”.

Recordar que há cerca de um mês, quando se iniciou a derrapagem da moeda nacional, o então governador do BNA e agora ministro de Estado da Coordenação Económica, José Massano, disse ao Expansão que o banco central só iria intervir se houvesse uma situação de pânico. Para muitos, já se chegou a esta linha vermelha.

Recentemente foi anunciado que as reservas internacionais tinham voltado a subir, o que justifica a opinião de Hugo Teles, PCE do BIC: “Se realmente a reservas foram recuperadas para o montante que se fala, penso que seria de se utilizar para fazer face à depreciação. Pelo menos momentaneamente. A não ser que hajam outros factores que se desconhece que levaram à depreciação repentina”. A este propósito, espera-se que nos próximos dias o novo governador possa apresentar uma justificação oficial mais pormenorizada para esta queda abrupta.

O banqueiro reforça também que “parece evidente que a venda de divisas assegurada pelo Ministério das Finanças não tem sido a melhor solução. Talvez voltando á situação anterior (BNA), seja uma solução imediata mais eficiente”.

Refira-se que hoje a compra de moeda estrangeira por parte da banca comercial faz-se fundamentalmente através da plataforma Blomberg, directamente com as petrolíferas, sendo que até há dois meses atrás, o Tesouro disponibilizava também regularmente cambiais por esta via.

O facto de o País ter tido um volume elevado de pagamento da dívida aos credores internacionais no mês de Maio, levou a que a oferta tenha diminuído bastante, o que empurrou o câmbio para cima. Nos últimos 45 dias o Ministério das Finanças não colocou dólares no mercado. Já o BNA colocou 400 milhões USD, totalmente absorvidos pela banca, um valor muito inferior às necessidades, pelo que a marcha de depreciação não foi quebrada. A única solução parece ser agora utilizar as reservas internacionais, que ao nível actual garantem seis meses de importação.

Expansão

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