Com a saída da BP, o grupo empreiteiro do bloco que pertenceu no passado aos norte-americanos da Cobalt passa a estar composto pela TotalEnergies, que detém 80%, e pela Sonangol, com 20% da participação.
A petrolífera anglo-americana BP exploração e produção Angola foi autorizada a vender a sua participação de 30% no Bloco 20/11 à petrolífera francesa TotalEnergies, de acordo com o decreto executivo 84/23.
“É autorizada a BP Exploration Angola (Kwanza Benguela Limited) a ceder 30% correspondente à totalidade do seu interesse participativo no contrato de partilha de produção do bloco 20/11 à Totalenergies EP Angola Blocks 20”, lê-se no documento.
Com a saída da BP do referido bloco que pertenceu à Cobalt e cujos direitos de exploraçã tinham passado para a Sonangol em 2011, o grupo empreiteiro passa a ter a seguinte composição: Total Energies Block 20 fica com uma participação de 80%, enquanto a petrolifera estatal Sonangol detém os remanescentes 20%.
Recorde-se que a norte americana Cobalt abandonou os blocos 20 e 21 após ter feito descobertas e numa altura em que estava em vésperas de iniciar a fase de desenvolvimento do referido bloco petrolífero mas devido a problemas com a justiça norte- -americana foi obrigada a sair de Angola.
A petrolífera foi multada nos Estados Unidos da América depois de ter sido foi acusada de corrupção pelas autoridades daquele país. Na origem da multa está o facto de a empresa ter parceria com a Nazaki Oil empresa ligada aos interesses de Manuel Vicente e dos generais Dino e Kopelipa, que eram Pessoas Politicamente Expostas (PEP). Estes factos culminaram com a saída da Cobalt do mercado angolano.
A Sonangol Pesquisa e Produção (P&P) herdou os blocos em 2011 mas como não teve recursos para avançar com a fase de desenvolvimento e colocar os activos em produção, 9 anos depois ( em 2020) foi autorizada pelas autoridades angolanas a ceder, à subsidiária da multinacional francesa TotalEnergies, a função de operadora nos Blocos 20/11 e 21/09 respetivamente, lê-se nos decretos executivos n.º 175 e 176/20, publicados em Diário da República a 8 de Junho do referido ano. Enquanto no Bloco 21/09 cedeu 50% do seu direito participativo no contrato de partilha de produção, no Bloco 20/11 a Sonangol cede 80% do seu interesse participativo no contrato de serviços de risco que adquiriu à norte-americana Cobalt. Mesmo assim, passados dois anos o activo localizado no pré-sal angolano em águas ultra profundas ainda não entrou em produção.
Aliás, as autoridades após negociar com a TotalEnergies, concederam mais dois anos de exploração nos referidos blocos.
De acordo com o presidente da Agência Nacional de petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, em entrevista ao Expansão há uns meses, revelou que os dois blocos que pertenciam à Cobalt vão ser unificados dando origem a uma única área de concessão.
No início deste ano foi anunciado que a decisão final de investimento nos referidos blocos, que prevê aumentar em 75 mil barris a produção petrolífera angolana quando entrar em produção, deverá ser tomada até finais de Julho deste ano e o primeiro petróleo está previsto para 2026.
A justificar a demora de mais quatro anos para arrancar a produção nos blocos que pertenciam à Cobalt está o prazo para publicação do acordo com a TotalEnergies em decreto, mais os três anos que demora a produção do FPSO com capacidade para produzir 75.000 barris de petróleo/dia.
Expansão