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BRICS consideram candidatura de 20 países emergentes para se juntarem ao grupo

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Os Ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo BRICS reúnem-se na África do Sul nos dias 1 e 2 de junho para discutir questões geopolíticas urgentes, incluindo a primeira ampliação do bloco em mais de uma década, enquanto busca se posicionar como representante do “Sul Global” e fornecer um modelo alternativo para o G-7.

Desde a sua formação em 2006, o agrupamento BRICS expandiu-se apenas uma vez, com a inclusão da África do Sul em 2011.

Na reunião na Cidade do Cabo, os ministros do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul discutirão os pedidos formais e informais de adesão de pelo menos 20 países e as modalidades para uma futura ampliação.

Proposta pela primeira vez pela China quando presidiu o grupo no ano passado, a expansão aumentaria a representação de países da África, América Latina, Oriente Médio e Ásia, com a lista de nações interessadas incluindo Egito, Nigéria, México, Irão, Indonésia, Turquia e outros. Não está claro se a lista de candidatos será publicada na reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS.

O termo Sul Global refere-se a um agrupamento frouxo de cerca de 100 nações, muitas das quais estão em desenvolvimento e não estão alinhadas com nenhuma grande potência. Para muitos deles, as organizações multilaterais, como a ONU, podem compensar a pressão para se alinhar com os Estados Unidos ou a China em questões geopolíticas e preservar uma pequena esfera de autonomia política, protegendo-se contra os riscos de um cenário geopolítico e geoeconómico cada vez mais imprevisível.

É importante observar que a maioria dos países mencionados que buscam ingressar nos BRICS não são rivais do G7 e não se opõem à ordem internacional actual. Por outro lado, a expansão do BRICS levanta questões sobre o futuro papel do G-20.

Dito isso, é improvável que apenas a adição de novos membros permita ao BRICS contrabalançar efetivamente a ordem internacional liderada pelos Estados Unidos ou mesmo desafiar normas e princípios internacionais estabelecidos. A China não tem o mesmo peso de liderança dentro dos BRICS que os Estados Unidos têm dentro do G-7. O BRICS está também sob pressão do G-7 devido a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Mas os BRICS poderão pesar mais em termos económicos. De acordo com algumas fontes, os membros do BRICS agora formam o maior bloco económico do mundo por paridade de poder de compra (PPP), com o grupo recentemente ultrapassando o G7 com uma participação de 31,5% no PIB mundial (PPP) em comparação com 30,7% para este último.

No entanto, como já tivemos a oportunidade de escrever aqui no Portal de Angola, parece improvável que os membros do BRICS consigam pressionar por um mundo não denominado em dólares tão cedo.

A crescente diversidade do bloco em sistemas políticos e económicos também pode significar que o consenso sobre questões-chave pode ser muito mais difícil de alcançar do que no G7, exclusivamente formado por países desenvolvidos com alianças sólidas.

BRICS

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