O Piloto do Boeing Max 737 da Ethiopian Airlines pediu para voltar atrás minutos depois da descolagem. Trajectória, velocidade e possíveis semelhanças com outro acidente com o mesmo avião estão a ser investigadas.
O piloto do voo da Ethiopian Airlines que caiu no passado dia vitimando 157 pessoas, comunicou uma emergência três minutos depois da descolagem, segundo o New York Times (acesso condicionado).
Break break, request back to home”, foi a mensagem, em inglês, enviada pelo piloto, que pede autorização para voltar ao aeroporto de Adis Abeba, capital da Etiópia.
Os controladores dos voos verificaram também que o Boeing 737 Max 8 estava com uma trajetória oscilante de centenas de metros, um sinal de que algo estaria errado.
Perderam-se todos os contactos com o avião cinco minutos depois de ter descolado, segundo o que contou uma fonte ao jornal.
As comunicações não foram divulgadas e a fonte anónima do Times refere que os controladores reconheceram a emergência antes da mensagem do piloto.
As informações recolhidas através do cockpit do voo evidenciaram novos detalhes sobre os minutos finais do acidente e autoridades americanas e canadianas já estão a investigar as trajetórias dos voos deste e de outro acidente do ano passado.
Apesar disto, ainda é admitida a possibilidade dos acidentes se terem dado por razões diferentes.
Novos dados apontam para a velocidade que o avião tomou momentos depois da descolagem.
Ao New York Times, um consultor de segurança aeronáutica considerou que a velocidade foi a “coisa mais anormal” que verificou, já que era “muito alta”. “O avião acelerou muito mais rápido do que devia”, disse John Cox.
Responsáveis da Ethiopian Airlines disseram que a tripulação do voo 302 reportou problemas no tráfego aéreo momentos antes de se perder o contacto. Passado um minuto da descolagem, o capitão comunicou o problema “numa voz calma”.
Nessa altura o radar mostrava que a altitude do avião era bem mais baixa do que o suposto.
Nos dois minutos seguintes, a fonte do jornal referiu que o avião subiu para uma altitude mais segura, mas depois deram-se as tais oscilações repentinas, fazendo com que os controladores aéreos se perguntassem o que estava a acontecer.
Outros dois voos estavam a aproximar-se e, sentindo uma potencial emergência, os controladores aéreos pediram para que subissem. Foi nessa altura que o piloto do voo 302, em pânico, terá pedido para voltar para trás.
Com a devida autorização dos controladores aéreos, o avião virou à direita e subiu em altitude tendo desaparecido do radar no minuto seguinte.
As semelhanças entre o acidente da Etiópia e o do voo da Indonesia Lion Air no mar de Java continuam a ser investigadas.
Foi o segundo acidente em cinco meses com o mesmo modelo de avião: o Boeing 737 Max, entretanto retirado do ar por dezenas de companhias aéreas.