A posição do CEO da maior instituição bancária do País justifica-se, como alegou, pelo peso que a indústria extractiva ainda tem na composição do produto interno bruto (PIB).
As medidas ESG na banca devem ser implementadas de forma gradual, sobretudo na interacção do sector com a indústria extractiva, defendeu o presidente da Comissão Executiva do Banco Angolano de Investimentos (BAI), Luís Lélis, em declarações à E&M, durante a primeira conferência sobre sustentabilidade bancária, promovida pela ABANC.
A posição do CEO da maior instituição bancária do País justifica-se, como alegou, pelo peso que aquele segmento da economia nacional ainda tem na composição do produto interno bruto (PIB).
“Este é um processo de transição. Temos de adoptar as práticas recomendadas, mas têm de levar em conta o ponto de vista de todos os parceiros sociais. E devem ser implementadas, na minha humilde opinião, de forma gradual porque fazer o big bang pode ser um risco muito grande”, afirmou o responsável máximo pela gestão do BAI.
Luís Lélis, que assim justificava o facto de a banca ser um dos principais financiadores da indústria extractiva, tida maior transgressora das normas ambientais, considera a adopção das normas ESG uma questão de sobrevivência humana, pois a negligência pode afectar as populações.
A banca no âmbito implementação das ESG, continuou o PCE do BAI, pode ser um instrumento importante no processo de aferição do risco das operações analisadas para a concessão de crédito.
“A produção de carvão tem um impacto forte naquilo que é o meio ambiente. Um banco deve ou não financiar uma operação de produção de carvão, quer seja mineral, como produzido pelo corte de árvores?”, questionou o banqueiro que participou do evento realizado em Luanda, na segunda quinzena de Julho de 2023.
Este, segundo ainda Luís Lélis, é um exemplo concreto de que a participação dos bancos na análise de um projecto como esse e a decisão sobre o que fazer pode chocar.
“Temos de ter cuidado em fazer o equilíbrio entre o que pretendemos fazer e a adopção das boas práticas internacionais versus o contexto próprio de maturidade, bem como o desenvolvimento da nossa economia”, afirmou.
Na conferência, organizada recentemente pela Associação Angolana de Bancos (ABANC), subordinada ao tema “ESG e Sustentabilidade na Banca”, os participantes, na maioria ligados ao sector bancário, reconheceram ser um assunto (quase) estranho, mas de adopção imediata.
Carla Gomes, directora do Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro do Banco Nacional de Angola (BNA), garantiu que estudos estão a ser feitos para a elaboração de regras e princípios ESG (Environmental, Social e Governance) a introduzir na banca.
E & M