O presidente do partido no poder, José Eduardo dos Santos, defendeu ontem, em Luanda, na abertura do seminário “MPLA e os desafios à corrupção”, que os “Camaradas” devem liderar o combate a este fenómeno no país, reconhecendo que na sua base estão “excessos” de agentes públicos e privados.
Falando na abertura desse debate, promovido pelo grupo parlamentar do MPLA, o ex-Presidente da República lembrou que a corrupção tem sido descrita como o segundo principal mal que afecta o país, depois da guerra civil.
Segundo José Eduardo dos Santos, citado pela agência Lusa, na base desse mal encontram-se os “excessos” praticados por agentes públicos e privados, “que detinham de forma ilícita vantagens patrimoniais para si ou terceiros, em prejuízo do bem comum, transgredindo a lei e a norma de comportamento social”.
O líder do MPLA considera que o partido no poder deve tomar a dianteira da construção de uma sociedade “mais justa, solidária e inclusiva”, o que pressupõe a adopção de medidas educativas, judiciais e policiais, com vista a desincentivar esse tipo de práticas.
Casos de Nepotismo
Já sobre o nepotismo – de que foi acusado várias vezes ao longo dos 38 anos na Presidência da República, especialmente ao nomear a filha Isabel dos Santos para presidente da Sonangol, e o filho José Filomeno do Santos para líder o Fundo Soberano de Angola -, o dirigente político considerou que os cidadãos qualificados não devem deixar de ser nomeados devido ao parentesco.
José Eduardo dos Santos aproveitou ainda para classificar o branqueamento de capitais como um crime “sempre condenável”, tendo em conta que está subjacente uma actividade ilícita.