Pela terceira vez, depois das conquistas de 2006 e 2015, o 1º de Agosto sagrou-se campeão africano sénior feminino de basquetebol, mercê da vitória de ontem, por 65-51 diante do Ferroviário de Maputo (Moçambique), na final da 23.ª edição da Taça dos Clubes Campeões.
Determinado a fazer mossa no balneário rubro e negro, a equipa dos Caminhos de Ferro de Moçambique não conseguiu desforrar o desaire sofrido há onze anos diante das angolanas. Depois da conquista de há dois anos, Jaime Covilhã, técnico angolano das militares do Rio Seco, repete o feito.
Sem nunca ter deixado o triunfo em créditos alheios, o “cinco” agostino fez jus à condição de favorito, confirmando deste modo a condição de anfitrião e um dos mais sérios candidatas à conquista do ceptro, favoritismo partilhado com o Interclube, Ferroviário e First Bank.
Com o triunfo, as rubro e negras elevaram para três o número de vitórias ante as moçambicanas. Os triunfos militares foram referentes ao Torneio Zonal, fase preliminar da Taça dos Clubes, e final da Taça dos Clubes.
Apostadas em vergar o adversário, cuja pretensão era a conquista inédita do título, as militares às ordens de Covilhã controlaram sempre as suas investidas, pois saíram ao intervalo a vencer por 32-23, após vantagens de 12-8 e 20-15, no primeiro e segundo períodos. Nos terceiro e quarto períodos, Leia Dongue e companheiras venceram por 15-8 e perderam por 20-18, números insuficientes para perigar o desiderato da equipa angolana.
Rivais eternas, as angolanas, por via das militares, encarregaram-se de desforrar o desaire sofrido nas meias-finais pelo Interclube, ante as moçambicanas. Leia, moçambicana ao serviço das rubro e negras, encarregou-se de “lesar” a sua própria pátria, ao anotar no cesto do Ferroviário 23 dos 65 pontos da sua equipa.
Na segunda maior competição do calendário da FIBA-África, destacaram-se como melhores jogadoras do “cinco” ideal, Dominique Wilson, do First Bank da Nigéria, Italee Lucas, Interclube, Alicia Devaughn e Leia Dongue, ambas do 1.º de Agosto, e Gisela Veiga, do Ferroviário de Maputo. Sagraram-se campeãs as seguintes jogadoras: Fineza Eusébio, Isabel Simba, Leia Dongue, Rosa Gala, Adalberta Candeias, Helena Viegas, Sónia Ndoniema, Luísa Tomás, Elisabeth Mateus, Alicia Devaughn, Ana Gonçalves e Avelina Peso.
Angola lidera “ranking”
Com a conquista do 1.º de Agosto, Angola distanciou-se com oito títulos, na tabela do palmarés de provas da FIBA-África.
O triunfo do 1.º de Agosto na final frente ao Ferroviário distanciou Angola de Moçambique, agora segunda classificada, de modo isolado, com seis Taças dos Campeões. O estatuto angolano foi alicerçado apenas por duas equipas: Interclube com cinco troféus, e 1.º de Agosto (3), contrariamente ao das moçambicanas, cujos ceptros foram erguidos por quatro formações diferentes, Desportivo de Maputo (3), Maxaquene (1), Académica (1) e Liga Desportiva (1).
No palmarés, a terceira posição é ocupada pelo Senegal com quatro taças. O DUC, equipa já extinta, soma três ceptros e o ASCC Bopp, em situação semelhante um.
O Congo Democrático surge no quarto lugar, apenas com o BC Tourbillon (2). Com um título estão a Nigéria com o First Bank, Mali (Djouliba) e Tunísia, o Stade Tunisien.
Com três aquisições, 2010, 2011 e 2016, o técnico do Interclube, Apolinário Paquete é o angolano com mais taças ganhas. Necas também pelas polícias, em 2014, Aníbal Moreira e Jaime Covilhã, em 2006, 2015 e 2017, pelo 1.º de Agosto, são os outros treinadores nacionais com o nome inscrito na galeria de ouro.
Para o terceiro lugar, o Interclube perdeu por 61-70, frente ao First Bank. Na classificativa para a quinta posição o KPA do Kenya, vergou por 70-54, o GSP. Na sétima posição ficou o DCPM, ao derrotar por 54 – 39, o Equity do Kenya. Na nona e última posição ficou o V- Club, do Congo Democrático.
JA