Existem em Angola, cerca de três mil denominações religiosas, e destas apenas 85 são reconhecidas. O Estado angolano procura repor a legalidade, usando o dialogo em primeira instância.
O fenómeno religioso e a parceria entre o Estado e as instituições religiosas, foram discutidos hoje em Luanda, num encontro que juntou o governo e líderes religiosos.
Os Ministérios da Justiça e da Cultura reconhecem 85 denominações. Mais de 3000 organizações religiosas, muitas das quais são grupos evangélicos de origem congolesa ou brasileira, tinham pedidos de registo pendentes no INAR. Não satisfazem os requisitos quanto ao número de membros, pelo menos 100.000 membros, e, portanto, não reúnem as condições para se legalizarem, mas o Governo não proibiu a sua actividade durante o período abrangido pelo relatório.
O Governo não legalizou qualquer grupo religioso durante o período coberto pelo relatório, incluindo grupos islâmicos. Durante vários anos, o INAR informou que a comunidade muçulmana, representada pela Mesquita Central de Luanda ainda não obteve estatuto legal. No fim do período do relatório, a Mesquita Central ainda não se tinha legalizado.
A comunidade muçulmana, em particular, é afectada pela sua limitação numérica pois muitos dos seus fiéis são, alegadamente, imigrantes ilegais e portanto não contam para o mínimo exigido por lei. Os membros do clero usam regularmente os seus púlpitos para criticar as políticas do governo, embora os líderes religiosos pratiquem a auto-censura com relação a questões particularmente sensíveis como os direitos humanos, a pobreza, a governação e a intolerância política.
A Rádio Eclésia, pertencente à Igreja Católica, emite na província de Luanda e organizou muitas vezes debates vivos que abarcaram o espectro político e criticaram, às vezes, as políticas do governo.
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