Trabalhadores do Banco de Comércio e Indústria (BCI) abrangidos no processo de redução de quadros da instituição acusam a administração de “chantagem”, por estar a obrigar funcionários da mesma família a escolherem qual dos membros permanece na instituição financeira ou qual sai.
A administração do banco que pertence ao grupo Carrinho garante que agiu dentro da lei e que os ex-colaboradores assinaram acordos de livre vontade, negando ter sugerido a trabalhadores para escolherem qual dos familiares ficava no banco e qual deveria sair.
Porém, um administrador do mesmo banco confirma que o banco chegou a fazer esta abordagem junto de colaboradores que têm familiares directos a trabalhar na instituição.
A redução de quadros é uma entre as várias medidas ensaiadas pelo banco na sequência do plano de reestruturação que está em curso, posto em marcha com a entrada do novo accionista (o grupo Carrinho), que entre as primeiras decisões que tomou ao assumir o banco priorizou a redução de pessoal.
Após várias reuniões com o Sindicato dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA), o conselho de administração da instituição tinha já garantido que os colaboradores que deixarem voluntariamente a instituição teriam até 10 milhões de kwanzas de dívidas de crédito perdoadas.
Em Julho, o banco tinha previsto mandar para “casa” um número acima de 30 colaboradores num processo de mútuo acordo, revelou.
Segundo Makengo, do grupo abrangido, grande parte ocupava cargos de responsabilidade na instituição, o que faz crer ao responsável do SNEBA que o “perdão” anunciado pela administração do banco não satisfaz.
Entretanto, trabalhadores da instituição dizem que o banco está a substituir estes quadros antigos por quadros novos, com salários mais baixos se comparado com o período em que o BCI pertencia 100% ao Estado. Até 31 de Dezembro de 2021, o banco tinha um total de 1 306 trabalhadores, menos 42 profissionais do que em 2020.
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