O recentemente nomeado presidente do conselho de administração da Televisão Pública de Angola (TPA), José Guerreiro, afirmou, numa entrevista ao jornal Valor Económico, ter encontrado “dívidas muito elevadas” e um “desequilíbrio muito grande” a nível financeiro.
“Temos dívidas sérias ao Estado (Segurança Social, AGT), a fornecedores de equipamentos, dívidas no exterior para a divulgação de eventos, dívidas em relação aos refeitórios, temos alguns biliões de kwanzas de dívidas”.
ÁGUA BENTA PARA ESPANTAR FUNCIONÁRIOS FANTASMAS
No cargo há menos de três meses, José Guerreiro revela ainda a existência de “muitos funcionários “fantasma” na empresa”, garantindo que “tudo está a ser feito” para que, no final
de Janeiro, os “fantasmas” deixem de fazer parte da folha salarial.
“Com o dinheiro que vamos economizar, com os tais que não vêm trabalhar e que estão nas folhas de salário, vamos melhorar as condições dos colaboradores que ganham pior.
PÉSSIMO ENQUANDRAMENTO SOCIAL DE FUNCIONÁRIOS EFECTIVOS
Existem muitos colaboradores a ganhar 50 a 60 mil kwanzas o que é uma vergonha, temos licenciados a ganhar 120 mil kwanzas, não podemos aceitar isso”, afirma o PCA ao VE, não avançando o número de trabalhadores “fantasma”.
A TPA, que conta actualmente com 2.616 funcionários, apresenta, segundo o gestor, um quadro de “excesso de trabalhadores com elevadas taxas de absentismo, com problemas sociais e deficientes condições de trabalho, alguns desmotivados e desmobilizados, outros desaproveitados ou mal colocados, sem plano de formação e superação prossional estabelecidos”.
Na mesma entrevista, José Guerreiro fala das dificuldades técnicas operacionais, tecnológicas, editoriais e de gestão de recursos humanos detectadas, para além de um “desequilíbrio muito grande” a nível financeiro, “pior do que pensava”.
O que, segundo o gestor, “condiciona a execução de alguns planos de trabalho”, nomeadamente a transmissão de eventos que impliquem investimos avultados.
“Por agora, a estratégia da nova administração da TPA está focada em “não contrair mais dívidas e procurar negociar com os credores” e encontrar junto do accionista, o Estado, as condições materiais para a “criação de projectos realistas e seguros com sustentabilidade financeira
para os investimentos que forem necessários”.
Vale recordar que José Guerreiro assumiu a TPA, ora passada à Raio X, da direcção,que hoje se revela danosa de facto, de Hélder Bárber.
Todavia, e por incrível que pareça, Hélder Bárber ainda assim mereceu a confiança do actual ministro da comunicação social, João Melo, que o empossou como seu consultor.