A película, com uma hora de duração, foi produzido pelo jornalista e cineasta Juca Badaró e a produtora de cinema Renata Matos, ambos do Brasil, que já mantêm uma estreita relaç ã o com a cultura angolana.
O filme segue a trajectó ria de grafiteiros de Angola que, em busca da pró pria ancestralidade. Realizada na Serra da Leba, estrada que liga as províncias do Namibe e da Huíla, “as Cores da Serpente” retrata uma das maiores intervenções artísticas do continente africano, a cobertura com grafity de cerca de três mil metros quadrados de murais.
O Cinema do Museu, em Salvador- Bahia, Brasil, é o local escolhido para a estreia. A longa-metragem “As Cores da Serpente” do Projecto artístico “Murais da Leba” será exibida as 19 horas de amanhã, Quarta-feira.
O filme já foi exibido em Luanda, no Centro Cultural Brasil-Angola em 2016.
A sessão de pré -estreia contará com a presença do artista plástico angolano Thó Simões, um dos integrantes do projecto Murais da Leba.
O coordenador do projecto, Vladmir Prata, adiantou que o evento está inserido na programação do Novembro Negro. O mesmo resulta da parceria da Defensoria Pública do Estado da Bahia e da Estandarte Produções.
A exibição do filme contará com a presença de líderes do Movimento Negro e do Candomblé .
Após a exibição da película haverá ainda uma roda de conversa sobre intolerância religiosa e ancestralidade entre os convidadas e o público.
O documentário
O filme “As Cores da Serpente” foi realizado pela produtora Cinepoè tyka Filmes e o Colectivo Murais da Leba, com distribuição da Salvador Filmes e apoio da Estandarte Produções.
O realizador
Sobre o referido documentário, o realizador Juca Badaró revelou que a maior preocupação da equipa foi fazer um registo afectivo do processo de criação destes grafiteiros. Estes sempre estiveram em busca da sua própria ancestralidade e essa busca foi muitas vezes marginalizada e condenada pelo colonizador.
As obras criadas por esses artistas retratam o desejo de resgatar a própria identidade e as tradições do país que viveu mais de 30 anos em guerra.
O trabalho de intervenção nos murais da Leba é um projecto idealizado pelo jornalista angolano Vladimir Prata. Contou com a direcção artística de Thó Simões, que juntou um colectivo de grafiteiros da periferia de Luanda e das províncias da Huíla e do Namibe.
A Serra da Leba é um dos pontos turísticos mais visitados de Angola, cortada por uma estrada colonial que liga duas importantes cidades da região sul do país.
“Murais da Leba – Angola – 40 Anos”
O projecto “Murais da Leba – Angola – 40 Anos” teve início em Agosto, pela via de esclarecimentos à população sobre a sua importância, da realização de workshops nos domínios das artes plásticas, da música e do teatro, dirigidos a estudantes do ensino geral da Huíla e do Namibe.
Estiveram engajados nesta actividade 40 artistas que transmitiram a sua mensagem através de formas pictóricas e desenhos, numa acção enquadrada nas festividades dos 40 anos da Independência Nacional.
OPaís