Em Dezembro, a exportação de diamantes foi de 1,7 milhões de quilates, mais 40% que no período homólogo e 170% que no mês anterior.
A Direcção de Tributação Especial (DTE) da Administração Geral Tributária (AGT) perspectiva para este ano um cenário de desaceleração na comercialização de diamantes em Angola e avança que as pedras preciosas angolanas continuam a seguir a mesma tendência de desvalorização registada ao longo do ano de 2022.
A DTE adianta, por outro lado, que o panorama do preço durante o ano de 2022 foi marcado pela subida às máximas anuais entre Fevereiro e Março, resultante do confronto entre a Rússia e a Ucrânia, mas que no início de 2023 o cenário é de quebra.
Assim, as projecções para o mesmo de Fevereiro e Março indicam um preço dos diamantes em baixa e a DTE projectou para os dois primeiros meses do ano uma receita de 3,9 mil milhões Kz, 60% inferior ao mês de Dezembro. A culpa deste decréscimo, como indica o fisco, resulta da ausência de leilões de pedras especiais e eventos que estão a assolar o mercado diamantífero internacional.
Na trajectória dos preços e da produção, a DTE sublinha que, contrariamente ao que se previa, os valores decaíram de forma galopante, a níveis não esperados no início do ano, situação que poderá pesar nas contas finais do subsector dos diamantes.
Quando à produção, o presidente do conselho de gerência da Sociedade Mineira de Catoca, Benedito Paulo Manuel, “confirmou”, no final de Abril, as projecções da DTE , sublinhando que Catoca para 2023 prevê uma baixa na exploração de diamantes, que não deverá atingir os 6 milhões de quilates, como anunciado anteriormente.
Para 2023, o OGE projecta um preço médio de 200 USD por quilate. Entretanto, os preços estão em queda, muito por conta da queda temporária da procura por diamantes brutos naturais, tendo-se registado uma média de 155,3 USD por quilate, por causa dos diamantes especiais vendidos no último leilão realizado em Angola.
Já as receitas, mesmo com o mercado em baixa, mediante diversos factores, já referenciados no balanço anual sobre o mercado de diamantes, Angola teve a maior arrecadação do ano todo por causa dos leilões de pedras especiais, totalizando 9,7 mil milhões Kz, em Fevereiro, ou seja, 14% inferior ao mesmo período do ano transacto e superior em 80,5% em relação ao mês anterior.
Os kimberlitos de Catoca, Luele (ex-Luaxe) e o aluvião Cuango foram as que mais exportaram, com 49,5%, 42,6% e 1,4% respectivamente. Em termos de maiores destinos dos diamantes angolanos, os Emirados Árabes Unidos, posicionam-se como o principal mercado, seguindo-se a Bélgica, Israel e Hong Kong.
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