O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Marcos Souto, reiterou, esta terça-feira, a necessidade da poupança das receitas extraordinárias geradas pela alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
O preço do barril atingiu a casa dos 70 USD.
O quadro sénior desta instituição de Bretton Woods FMI refere que a poupança deve ser feita para a recomposição da reserva de liquidez, com vista a gestão da tesouraria e para a redução dos níveis de endividamento público.
Marcos Souto, que falou sobre “Angola: Transição para uma Redução Gradual”, foi um dos oradores do webinar sobre “descomplicar o OGE”, uma iniciativa do Ministério das Finanças com o apoio do UNICEF.
O OGE 2021 tem como referência o preço do barril de petróleo 39 dólares e um nível de produção de 1,2 milhões de barris por dia, com receitas na ordem dos 4,06 biliões de kwanzas. Os dados indicam que foi já arrecado metade deste valor, nos três primeiros meses deste ano.
Pesquisas feitas indicam que só com o barril ao preço de 60 USD, a receita petrolífera para este ano seria estimada em 6,71 biliões de kwanzas.
Em relação ao sector, refere que embora tenha havido recuperação no preço, o declínio na produção continua, um factor de risco que deve ser observado.
Dívida mantém-se sustentável
Sobre a dívida pública, Marcos Souto diz que continua sustentável, mas pede para que se mantenha a disciplina orçamental e a aplicação de reformas estruturais promotoras de crescimento.
Marcos Souto considera que permanece sujeita a riscos elevados, associada a dependência forte da actividade petrolífera.
O relatório recente sobre a Dívida Pública angolana, lançado pela consultora Fitch Solutions, revela o início da trajectória de baixa em pleno, ao deixar os anteriores mais de 120% estimado em 2020 e os 106% para 2021.
Para 2022, a consultora prevê que possa fixar-se em torno dos 97 por cento.