Depois de em Janeiro ter admitido à Reuters que a IPO aconteceria em 2027, agora o presidente da petrolífera avança que a IPO vai ocorrer entre 2023 e 2030, embora admita que não deverá ser necessário tanto tempo.
A venda de 30% das acções da Sonangol na bolsa de valores voltou a ver o prazo alargado agora para até 2030, segundo informou o PCA da Sonangol, Gaspar Martins, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados provisórios do exercício de 2022 e alusiva aos 47 anos da empresa.
De acordo com o Conselho de Administração da Sonangol, a empresa vai dispersar 30% do seu capital em bolsa em várias fases. Sonangol “,disse o responsável.
O PCA da Sonangol clarifica que a empresa que dirige vai continuar a fazer este tipo de trabalho “para que dentro do período 2023 -2030 isto possa ocorrer. E vamos fazer antes de alcançar 2030, de certeza, vamos fazer muito menos tempo”, afirma Gaspar Martins.
Questionado sobre o que de facto está atrasar a chegada à bolsa das acções da maior empresa do País, o administrador da Sonangol Baltazar Miguel explica que estão na base factores “endógenos e exógenos”.
Entre os endógenos há a necessidade de trabalhar na adequação e conformação da empresa às melhores práticas internacionais para empresas que estejam listadas em bolsa. “Já temos estas práticas mas é preciso conformar estas práticas nalgumas áreas em que temos também que atingir estes níveis”, diz o administrador da Sonangol responsável pelo pelouro financeiro.
Baltazar Miguel destaca ainda que há dois factores exógenos a contribuir para o atraso da entrada das acções da Sonangol em bolsa. São elas a eliminação das reservas ligadas à rubrica relações com o Estado e a adopção das normas internacionais de contabilidade e de relato financeiro IFRS.
“Como têm visto temos tido muitas reservas nesta matéria das relações com o Estado. E também tem que se trabalhar nesta questão porque uma empresa que tem que avançar para a listagem em bolsa não pode ter reservas nas suas contas” defende. “E em 2022, 2023 e 2024 temos também que fechar estes três anos também dentro das IFRS”, afirma o timoneiro dos números da Sonangol. Para o responsável, estes passos são importantes porque este é um dos requisitos para listar as acções da empresa nas bolsas internacionais.
Contratação do intermediário financeiro
A Sonangol anunciou para Março o lançamento do concurso público para seleccionar o consultor financeiro e de gestão que vai trabalhar com a petrolífera na adequação e conformação das práticas da empresa com as práticas de gestão internacionais adequadas para ida a bolsa. A empresa afirma que está na fase final da preparação da documentação para o lançamento do concurso.
“É este trabalho que vai ser feito agora e no final deste estudo será contratado o banco de investimento que fará o trabalho da listagem da Sonangol inicialmente na BODIVA. Posteriormente, dependendo da profundidade e da liquidez do mercado cá em Angola, então consideramos se devemos ou não sair e fazer o mesmo processo numa bolsa no exterior do país”, revelou Baltazar Miguel.
Expansão