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H&M obrigada a fechar lojas por causa de protestos anti-racismo

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A multinacional do pronto-a-vestir sueca H&M foi obrigada a encerrar todas lojas que tem na África do Sul depois de algumas terem sido vandalizadas em protesto por uma campanha publicitária onde a marca mostra uma criança negra com uma camisola onde esta escrito “O macaco mais calmo da selva”.

A acirrar os ânimos e a incendiar ainda mais a revolta, a H&M, com presença nos cinco continentes, na mesma campanha publicitária, apresentava uma outra camisola, vestida por uma criança branca, com a inscrição “Especialista em sobrevivência na selva”.

Num ápice, a analogia com a realidade sul-africana foi estabelecida e o que resultou foi que, depois do fim do aparthei, a minoria branca se transformou num grupo de especialistas em sobrevivência na selva em que no país se transformou com o domínio da maioria negra.

Os primeiros a saltar para dentro das lojas da H&M destruindo expositores e montras foram os membros do Guerreiros pela Liberdade Económica (EFF sigla em inglês). O EFF é um grupo político radical criado por Julius Malema, um conhecido antigo militante da juventude do ANC. Malema foi expulso do ANC devido ao seu radicalismo político e social com um forte sublinhado racial anti minoria branca.

Logo após o início dos protestos, em Joanesburgo, milhares de anónimos juntaram-se aos radicais de Malema e a polícia foi obrigada a intervir para estancar a vaga de destruição de lojas da multinacional criada na Suécia.

Também a Aliança Democrática (oposição) se juntou aos protestos, anunciando que vai comunicar à Câmara Internacional do Comércio e enviar um protesto formal à administração da H&M. No entanto a AD sublinhou que a violência “não é a melhor forma de combater o racismo”, servindo apenas para o reforçar.

Como resposta a esta onda de protestos, a empresa optou por encerrar todas as lojas na África do Sul. O fecho foi feito sem agendamento de uma data para reabertura numa altura que vários grupos se estão a organizar no país para banir a H&M da África do Sul em definitivo.

Num comunicado, a H&M explicou que o mais importante para a marca é “garantir a segurança de todos os seus funcionários”. Até agora os funcionários da empresa não foram molestados e a direcção explicou que a reabertura acontecerá “quando estiverem reunidas as condições para isso” que serão definidas pela “monitorização permanente que está a ser feita da situação”.

Reacção oficial e explicações

Lgo após o despoletar dos protestos a H&M explicou que acredita “fortemente” que todas as formas de racismo, deliberado ou acidental, são totalmente inaceitáveis”. A marca garantiu que nenhum do seu pessoal participou na criação da “infeliz campanha” publicitária.

Alguns artistas, como músicos cujas canções são usadas nas campanhas da marca, começaram já a distanciar-se da H&M, rescindindo contratos, por exemplo.

NJ

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