Nos corredores do Palácio da Justiça já é dado como certo que Inocência Pinto é a escolha do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público para suceder Hélder Pitta Groz, que deixará a Procuradoria-Geral da República (PGR) no próximo mês.
O CSMMP deverá reunir nos próximos dias e após isso, indicar os nomes que serão remetidos ao Presidente da República, sendo que a actual Directora Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção como PGR será cabeça-de-lista.
Ao tomar posse como PGR, em Fevereiro, Inocência Pinto quebra com a tradição de nos últimos 20 anos o cargo ter sido confiado a um general, com Augusto da Costa Carneiro (2002-2007), seguido por João Maria de Sousa (2007-2017) e finalmente, Pitta Groz (2017-2022).
A actual Directora Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção, nos últimos anos, tem sob alçada do órgão que dirige mais de 600 processos, envolvendo maioritariamente gestores públicos e políticos, suspeitos de praticar actos de corrupção e peculato, tornando-a num nome forte para levar adiante a bandeira de combate ao branqueamento de capitais do Governo João Lourenço.
A indicação de Inocência Pinto surge após Pitta Groz ter colocado o cargo à disposição, em meados de Dezembro, por segundo ele, limite de idade.
Contudo, o facto de Pitta Groz ter deliberado sobre a sua recandidatura excluindo a participação de qualquer outro candidato, sob alegação que tal orientação teria vindo do Presidente da República, pesou na sua saída.
A continuidade de Pitta Groz como PGR consta na acta da reunião do Conselho Superior da Magistratura, que ocorreu no dia 16 de Dezembro no Palácio da Justiça, em Luanda.
Neste mesmo documento do CSMMP, o nome de Inocência Pinto surge como primeira indicação para Vice-PGR, tendo obtido sete votos.