O investimento privado de empresas brasileiras em Angola, nos últimos cinco anos, está cifrado em 10,108 milhões de dólares (um USD equivale a 834,9 kwanzas) valores considerados “poucos significativos”.
De acordo com dados da Agência Nacional para o Investimento Privado e Estrangeiro (AIPEX), tal valor está ligado a três projectos de investimento nas províncias de Luanda, Benguela e Cabinda, empregues em sectores como serviços e construçãocivil.
Conforme ainda a AIPEX, houve uma diminuição significativa de investimento brasileiro em Angola, nos últimos anos, influenciado por diversos factores, como político e económico.
Em Angola, observa-se alguma presença relevante de empresas brasileiras em sectores como construção de infra-estruturas, exploração mineira e siderurgia, através da produção de ferro gusa, investimentos realizados em períodos anteriores.
A título de exemplo, entre as grandes empresas está a construtora a Odebrecht, que participa em vários projectos com destaque para o Novo Aeroporto de Luanda, o Porto da Barra do Dande, a Refinaria de Cabinda, fábrica de açúcar da Biocom, depois de concluídas as obras dos aproveitamentos hidroeléctricos de Laúca e Cambambe.
Angola já atingiu o pico de USD 1,5 mil milhões
Em termos de investimentos de Angola no Brasil, após um “pico” em 2013 de 1,5 mil milhões de dólares, o capital angolano investido no Brasil fixou-se, em 2021, nos 65 milhões de dólares, equivalente a uma contracção de 95%, em relação ao início da década, de acordo com dados de Abril de 2023, da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento (APEX), publicados pela Lusa.
“Alguns factores económicos podem ter contribuído para essa redução: crise económica em Angola, por conta da queda nos preços do petróleo, a partir de 2014, principal produto de exportação de Angola, recessão económica no Brasil entre 2015 e 2016”, justifica a APEX.
Entre os projectos “greenfield” sinalizados, destacam-se o projecto da Angola Cables, do sector de telecomunicações, na construção de um “data center” em Fortaleza(Brasil), estimado em 134 milhões de dólares, em 2019, e, posteriormente, o anúncio da sua expansão no valor estimado de 40 milhões de dólares.
“As similaridades linguísticas e culturais podem ser uma importante ponte de investimentos entre os países”, destaca a APEX.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é aguardado na noite desta quinta-feira, em Angola, para o reforço da cooperação entre os dois países.
Lula da Silva é proveniente de Joanesburgo, África do Sul, onde participa da Cimeira dos BRICS. Depois de Angola, o Presidente Brasileiro segue para São Tomé e Principe, para participar na conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
ANGOP