O Presidente da República, João Lourenço, disse, nesta quinta-feira, em Luanda, que 40 por cento dos diamantes produzidos em Angola eram comercializados por um casal, no exterior do país.
O Presidente João Lourenço revelou o facto durante a conferência de imprensa que concedeu hoje aos órgãos de Comunicação Social públicos e privados, nomeadamente Jornal de Angola, Rádio Nacional de Angola, Televisão Pública de Angola, ANGOP, Rádio LAC, TvZimbo, Novo Jornal, O País, Rádio Ecclésia, MFM e o Jornal Expansão.
“Outros familiares do casal, o seu conjunto no quadro daquilo a que chamavam clientes privilegiados comercializam 60% da produção de diamantes de Angola”.
“Ainda tiveram o desplante de obrigar a SODIAM a fazer um crédito bancário a favor deles no mesmo banco do beneficiário do empréstimo bancário”, sublinhou João Lourenço.
O Chefe de Estado disse que era altura de pôr fim à esta festa, para quem hoje, as produtoras de diamantes com a nova política de comercialização “podem comercializar elas próprias até 60 por cento dos diamantes produzidos e vender à SODIAM os restantes 40 por cento”.
Com esta medida, precisou, Angola está a fazer retornar os gigantes do sector dos diamantes como é caso da De Beers que retomou recentemente as actividades, entre outras empresas de mineração.
Desde o início do seu mandato, uma das áreas em que se tem sentido o tufão libertado por João Lourenço é a dos diamantes. O novo presidente começou por retirar os exclusivos de que gozavam Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, o seu falecido marido, na comercialização das pedras, e que resultaram em avultadíssimas perdas para o Tesouro angolano, denunciadas pelo perito David Renous, na altura, através de uma conferência no Parlamento Europeu.
Bem no início do seu mandato, ora findo, João Lourenço revelara a eficácia da operação «Transparência», cujo objectivo foi devolver ao Estado a exploração de diamantes, que se encontrava totalmente descontrolada.