Segundo a Casa Civil do Presidente a “falta de diálogo e comunicação entre a Sonangol e as diferentes instituições do Estado terá contribuído negativamente no processo de importação de combustíveis”.
A afirmação é expressa num comunicado que nasceu da reunião com responsáveis ligados ao universo dos combustíveis (Sonangol encabeçando o roll) que o Presidente da República dirigiu hoje Palácio Presidencial. O propósito de João Lourenço é dar uma resposta rápida à grave crise que o país atravessa no fornecimento de gasóleo e gasolina.
Na comunicação é garantido que “foram tomadas as medidas e mobilizados todos os recursos necessários para a completa estabilização do mercado de abastecimento dos combustíveis nos próximos dias”.
Por último, pode ler-se o apelo “à compreensão dos utentes e da população em geral”.
O combustível continua a faltar em centenas de postos de abastecimento por todo o país mas com acentuada gravidade na cidade de Luanda, onde os automobilistas fazem las para atestar o depósito há mais de 48 horas.
A falta de combustíveis em Angola, que começaram a escassear na passada sexta-feira, levou ao disparar dos preços do litro de gasolina e gasóleo um pouco por todo ao país, atingindo, nalguns casos quase o quádruplo.
Em Luanda, grande parte dos postos de combustíveis das diferentes empresas de abastecimento estava encerrada, enquanto as abertas contam com grandes filas de automóveis ligeiros, veículos de transporte de mercadorias, táxis, motociclos e jovens com dezenas e dezenas de bidões que, depois de o adquirirem ao preço oficial, vão vendê-lo mais caro nos bairros periféricos.
Isso mesmo foi confirmado segunda-feira à Lusa por um punhado de jovens que aguardou, num posto de combustíveis de uma das principais artérias de Luanda, a Avenida Ho Chi Min, quase sete horas para encher inúmeros bidões de 30 a 50 litros que colocaram numa carrinha de caixa aberta, estacionada mais à frente.
Um litro de gasolina em Angola custa, oficialmente, 160 kwanzas (0,44 euros), enquanto o de gasóleo ascende a 135 kwanzas (0,37 euros), números que os jovens garantiram à Lusa conseguirem duplicar, triplicar e, nalguns casos mesmo, quadruplicar no mercado paralelo.
NJ