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Kenya Airways: Dívida de 1,4 mil milhões USD afasta investidores

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Desde Dezembro do ano passado, gestores da Kenya Airways (KQ) realizaram várias missões de prospecção à China, ao Médio Oriente e aos EUA, para avaliar o interesse de investidores, mas até agora a transportadora aérea queniana não recebeu qualquer proposta. Peso da dívida retrai investidores, admite director executivo.

A Kenya Airways procura um investidor externo que ajude a companhia a lidar com o peso de uma dívida de 1,35 mil milhões USD, depois de o governo recusar um programa de recuperação apoiado pelo Fundo Monetário Internacional, conhecido como Projecto Kifaru, que implicava um apoio orçamental estatal de 493 milhões USD, durante três anos.

Após missões de prospecção nos continentes americano e asiático, a administração da transportadora aérea queniana tenta contratar um consultor financeiro, até ao final do ano, para ajudar a elaborar o memorando a apresentar aos investidores e facilitar o processo de identificação de interessados, segundo um cronograma apresentado segunda-feira ao deputados no Parlamento.

Um processo que tem esbarrado no elevado passivo da companhia que, em 2022, registou um prejuízo de 274,4 milhões USD, segundo a Bloomberg, mais do dobro dos 113,2 milhões USD de prejuízos do ano anterior.

Desde Dezembro do ano passado, gestores da Kenya Airways (KQ) realizaram várias missões de prospecção à China, Médio Oriente e aos EUA, para avaliar o interesse de investidores, mas até agora a transportadora aérea queniana não recebeu qualquer proposta. “Todos os potenciais investidores concordaram que os fundamentos da empresa são muito fortes”, disse o director executivo da KQ, Allan Kilavuka, acrescentando que a preocupação estava no nível da dívida, como revela Chinedu Okafor, num artigo da Business Insider.

A única proposta que os gestores da Kenya Airways trouxeram do Médio Oriente foi um acordo de codeshare com a Emirates, que permitirá aos clientes de ambas as companhias aéreas aceder a novos destinos nas suas redes num único itinerário, que servirá como “porta de entrada estratégica” em África, no caso da Emirates, e à Ásia e Médio Oriente, no caso da KQ.

Com o acordo, que foi publicitado segunda-feira, os clientes da Emirates passam a voar para “28 destinos” africanos na rede da Kenya Airways e os passageiros da KQ que viajem a partir de Nairobi e Mombaça poderão aceder à rede da Emirates e ligar-se a “23 destinos na Ásia Ocidental e do Sul, no Extremo Oriente, no Oceano Índico e no Médio Oriente”, o que vai aumentar a sua conectividade “entre África e o Médio Oriente através do hub da Emirates no Dubai”, refere Julius Thairu, director comercial da companhia.

Governo suspende ajudas

O esforço do governo para encontrar um investidor estratégico para a Kenya Airways coincide com o facto de o Tesouro nacional ter suspendido as suas ajudas à companhia aérea no ano fiscal que começa a 1 de Julho, relata o Business Insider, numa altura em que a Kenya Airways está em risco de incumprimento no pagamento de um empréstimo governamental de 420,5 milhões USD, o que resultaria em “implicações de incumprimento cruzado noutras instalações, para além da acumulação de penalidades por incumprimento”, segundo a empresa, citada pela Bloomberg.

No final de Maio, a KQ devia 1,35 mil milhões USD, valor que inclui 439,8 milhões USD da linha de crédito Tsavo, com a qual a transportadora aérea adquiriu seis aviões Boeing 787-8, um Boeing 777-300 ER e um motor Genx em 2012.

A criação desta linha obrigou os gestores da KQ a comparecer perante a Comissão de Transportes da Assembleia Nacional, em 2019, para esclarecer os contornos do negócio, que implicou a criação de duas empresas com “identidades locais”, através das quais, cinco bancos internacionais financiaram a compra dos aparelhos. Segundo o então director geral da KQ, Sebastian Mikosz, a “Tsavo foi constituída pelo City Bank, o JP Morgan Chase Bank e o Afreximbank” e a “Samburu Limited foi constituída pelo Standard Chartered Bank International e pelo Afreximbank”.

Em Março deste ano, a South African Airways (SAA) e a Kenya Airways anunciaram que estavam a finalizar uma parceria para a criação, em 2024, de um novo grupo pan-africano de aviação, após dois anos de negociações. As duas companhias desmentiram a ideia de que estariam a desenhar uma fusão, depois de a Comissão da Concorrência do Mercado Comum da África Oriental (COMESA) afirmar que a proposta de parceria poderia ser vista como uma fusão, dependendo do seu impacto na concorrência regional, e instar a KQ a informar o regulador sobre os seus planos com a SAA.

O Quadro de Parceria Estratégica entre as duas transportadoras, que inclui um acordo de codeshare semelhante ao que foi celebrado com a Emirates, foi assinado em 2021, dois meses depois de uma visita do ex- -Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, a África do Sul.

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