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Líder do BPI em Angola para falar sobre a venda da participação que detém no BFA

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O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, vai estar esta semana em Luanda para analisar com as autoridades angolanas o processo de venda da participação de 48,1% que o banco português detido pelos espanhóis do Caixabank detém no BFA (Banco de Fomento Angola).

O BPI tinha em curso o processo de venda desta participação mas decidiu suspender a operação em julho deste ano devido à queda do kwanza, moeda angolana, circunstância que provocava a desvalorização da posição.

“Houve uma suspensão do processo de venda que acabou por ser oficializado não por nossa iniciativa, isto é um processo confidencial que nós prosseguimos com comunicação permanente com as autoridades angolanas e com o nosso sócio em Angola, a Unitel”, explicou João Pedro Oliveira em Costa a 28 de julho, na apresentação dos resultados semestrais.

A opção de travar a venda provocou, à data, incómodo no Governo angolano. Essa terá sido uma das razões que levou João Pedro Oliveira e Costa agora a Luanda.

O líder do BPI, deverá manter encontros com o governador do Banco Nacional de Angola, Manuel Tiago Dias, e também com membros do Executivo de João Lourenço, nomeadamente o ministro de Estado para a Coordenação de Económica, José de Lima Massano, tratando-se neste caso de um encontro de cortesia.

O ministro é conhecedor de todo o processo de alienação da posição de 49% do BPI no BFA, dado que comandou os destinos do banco central até junho. No decurso da sua estada é igualmente plausível uma reunião com a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, a qual detém a tutela , que tutela as instituições responsáveis pelo mercado de capitais.

Valor da venda caiu de 400 para 280 milhões

O BPI, numa carta enviada em julho aos dois candidatos à aquisição – os grupos Carrinho e Gemcorp – explicava que a decisão de travar a venda se devia a uma contínua depreciação do kwanza, moeda angolana. Desde maio, a moeda angolana já registou uma queda de 37%, atingindo um valor de 804 kwanzas por dólar. Esta foi a terceira tentativa de alienação deste ativo. Desde março até ao corrente mês, a moeda angolana desvalorizou-se 39% face ao euro, valendo agora.

Atualmente, um euro equivale a 885 kwanzas. Esta deslocação do João Pedro Oliveira e Costa a Luanda não significa um relançamento do processo de venda, até que por o kwanza não dá sinais de recuperação, devendo ser interpretado como uma manifestação do empenho do BPI no seu relançamento logo que o quadro económico o permita. Nesta fase, o banco português já não tem qualquer representante na comissão executiva do BFA, liderada por Luís Gonçalves.

Nos primeiros nove meses, o BFA contribuiu com 42 milhões de euros para os lucros de 390 milhões reportados pelo BPI, uma queda de 59% face a igual período do ano passado, o que reflete precisamente o impacto negativo da trajetória descendente do kwanza.

O BFA tem ativos totais de cinco mil milhões de euros, cerca de 2,6 milhões de clientes e uma quota de mercado em depósitos de 14,5%. No processo de venda que não chegou a ser fechado tanto o grupo Carrinho como a Gemcorp apresentaram propostas de compra da posição dos 48,1% que o BPI detém no BFA superiores a 400 milhões de euros, valor que baixou para os 280 milhões divido à desvalorização do kwanza.

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